8:17 PM
28 de outubro de 2025

Estudo mostra que jovens usam álcool e maconha para dormir. Qual o risco?

Estudo mostra que jovens usam álcool e maconha para dormir. Qual o risco?

PUBLICIDADE



Pegar no sono nem sempre é algo tão simples para muitas pessoas. Para driblar essa encrenca, algumas podem estar diante de uma grande cilada.

É o que sugere um novo estudo conduzido nos Estados Unidos, que revela que 22% dos jovens adultos na faixa de 19 a 30 anos relataram usar maconha ou álcool para dormir.

A pesquisa, que contou com a participação de quase 1,5 mil indivíduos, mostrou um consumo mais comum da cannabis para essa finalidade em comparação às bebidas alcoólicas.

Mulheres apresentaram quase o dobro da probabilidade de usar cannabis para ajudar a dormir. No contexto das bebidas alcoólicas, os especialistas observaram que jovens negros tinham três vezes mais chances de consumo do que seus pares brancos.

Os dados do trabalho, realizado por experts da Universidade de Michigan, foram publicados no periódico JAMA Pediatrics. Os autores alertam que o efeito da prática pode ser oposto ao esperado, uma vez que as duas substâncias podem interferir na qualidade do sono.

Continua após a publicidade

+ Leia também: Novo relógio promete ser um guardião dos dados da sua saúde

Por que você não deveria usar álcool ou maconha para dormir

Tanto o álcool quanto a cannabis podem até ajudar no adormecimento, por meio de seus impactos provocados no sistema nervoso central. No entanto, essa aparente eficácia não é nada benéfica, como explica a neurologista e médica do sono Maíra Honorato, do Einstein Hospital Israelita.

“Ambas as substâncias comprometem a arquitetura normal do sono, com repercussões diretas na saúde. O álcool fragmenta o sono, aumenta despertares, altera a ventilação e reduz o sono REM, fase fundamental para a consolidação da memória e para a regulação emocional“, pontua Honorato.

“No caso da cannabis, há evidências de tolerância rápida, piora do sono, com interrupções, e redução da qualidade do sono profundo e restaurador”, acrescenta a médica.

Continua após a publicidade

+ Leia também: Ciclo do sono: saiba como funciona e como dormir melhor

“Com o uso crônico da cannabis, a interrupção pode causar piora evidente: menor tempo total de sono, sonhos vívidos e insônia — o que pode perpetuar o uso ‘para dormir’. Assim, o usuário acaba preso a uma substância que não melhora o sono de forma consistente, mas cuja falta, pelos sintomas de abstinência, leva a um sono ainda pior”, alerta a psiquiatra especialista em sono Flavia Zuccolotto, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Para os autores, os resultados podem ajudar a alertar a comunidade médica sobre o consumo de substâncias entre essa faixa etária na busca por um sono melhor, enfatizando a importância de conscientização.

“Manter uma rotina diária organizada e um ritual noturno estruturado são formas eficazes de promover um sono saudável. Ter horários regulares para deitar e levantar, expor-se à luz natural durante o dia, praticar exercícios físicos com regularidade, deitar-se apenas quando estiver com sono, reduzir a exposição à luz e a telas antes de dormir e criar um ambiente calmo e seguro são medidas recomendadas”, elenca Zuccolotto.

Continua após a publicidade

Compartilhe essa matéria via:



Fonte.:Saúde Abril

Leia mais

Rolar para cima