Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (5), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, voltou a dizer que o acordo entre União Europeia e Mercosul será firmado em dezembro. A informação foi dada pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, em conversa com jornalistas em Belém.

“Estudamos e discutimos a situação atual, e a presidente da Comissão reafirmou sua certeza, sua crença, sua firme esperança de que o acordo seja assinado no final do ano, dia 20 de dezembro, no Rio de Janeiro, quando será realizada a Cúpula do Mercosul”, afirmou.

O acordo foi validado pela Comissão Europeia em setembro e agora precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu. A expectativa tanto do braço executivo da UE quanto do governo brasileiro é que isso aconteça até o final do ano.

A reunião com Lula acontece um dia antes do início da Cúpula do Clima em Belém, onde líderes de dezenas de países se reúnem para debater medidas para conter as mudanças climáticas. O evento antecede o início oficial da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas.

No encontro com von der Leyen, o presidente brasileiro reforçou que o governo lançará nesta quinta (6) o TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), fundo que visa atrair capital de países emergentes e ricos, além de investidores privados, para países que abrigam florestas tropicais, como a floresta Amazônica.

Vieira, no entanto, não quis dizer se a União Europeia se comprometeu em aportar recursos no fundo. Até agora, o instrumento só recebeu recursos do próprio governo brasileiro, além de uma promessa do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto.

É incerto, aliás, se o governo brasileiro conseguirá atrair recursos suficientes para o fundo. A expectativa do ministério da Fazenda, que administra a criação do mecanismo, era atrair US$ 25 bilhões apenas de países patrocinadores para, em seguida, atrair outros US$ 100 bilhões com o setor privado. Nesta semana, no entanto, o ministro Fernando Haddad disse que a meta até 2026 é de US$ 10 bilhões.

Nesta quinta, a agência Bloomberg Línea noticiou que o Reino Unido, um dos países que era cotado para investir no fundo durante a COP30, optou por não disponibilizar recursos neste momento. A frustração teria sido motivada por um alerta do Tesouro britânico, preocupado com as dívidas do país europeu.

Questionado por jornalistas, Vieira minimizou a possível desistência do Reino Unido. “É uma plataforma que está aberta. Os países podem entrar inicialmente, podem entrar mais adiante, mas vai haver participação de outros países; é natural que os países façam dentro, não imediatamente, mas dentro de algum período”, afirmou. “Mas nós temos muita esperança de que será um fundo muito bem sucedido.”