O Chianti Classico, região-símbolo entre Florença e Siena, vive um momento de renovação histórica.
O destaque está na categoria Gran Selezione, criada em 2014 com a safra 2010, como o novo topo da pirâmide qualitativa, acima do Annata e da Riserva. O objetivo é claro: valorizar vinhos de origem exclusiva dos vinhedos do produtor, com seleção rigorosa de uvas, longo envelhecimento (mínimo de trinta meses) e expressão do terroir.
Desde sua estreia, a Gran Selezione foi um sucesso imediato de mercado e de crítica, consolidando-se como a face mais prestigiada do Chianti Classico.
Em poucos anos, tornou-se referência em leilões, cartas de restaurantes e coleções privadas, dando ao território um reconhecimento comparável ao das grandes denominações europeias.
Dentro da pirâmide, as categorias Annata e Riserva permanecem fundamentais.
O Chianti Classico Annata deve ter no mínimo doze meses de envelhecimento antes de ser comercializado, com uvas majoritariamente sangiovese (mínimo 80%, podendo incluir variedades locais ou internacionais).
O Chianti Classico Riserva exige pelo menos 24 meses de envelhecimento, incluindo três meses em garrafa, além de rendimentos mais restritos, resultando em vinhos mais estruturados e aptos ao envelhecimento.
Depois de uma década, o topo da pirâmide, a Gran Selezione, se aprimora com novas regras.
O percentual mínimo de sangiovese sobe de 80% para 90%, e os 10% restantes só podem ser completados por castas autóctones da Toscana, como colorino, canaiolo ou mammolo — proibindo definitivamente variedades internacionais como cabernet ou merlot.
Além disso, para ter o selo é preciso produzir com uvas de vinhedos próprios, reforçando o vínculo entre vinho e território.
Outro passo crucial é a introdução das UGAs (Unità Geografiche Aggiuntive), subzonas oficialmente reconhecidas que podem figurar nos rótulos dos Gran Selezione.
Assim como nas regiões da Borgonha ou de Champanhe, a menção ao local passa a ser ferramenta de diferenciação e prestígio.
As onze UGAs aprovadas são: Castellina, Gaiole, Greve, Radda, San Casciano, San Donato in Poggio (inclui Barberino Tavarnelle e Poggibonsi), Castelnuovo Berardenga, Panzano, Lamole, Montefioralle e Vagliagli.
Cada uma traz uma identidade própria.
A ideia é que os consumidores possam identificar nuances locais dentro do mosaico do Chianti Classico.
Essas mudanças não surgem por acaso: respondem a uma demanda global por vinhos de origem mais precisa e identidade cultural clara.

Famiglia Zingarelli Tenuta Fizzano Chianti Classico Gran Selezione Il Crocino 2021: produzido por Rocca delle Macie, do vinhedo Il Crocino, elaborado com 90% sangiovese e 10% de colorino. Amadurece parte em tonéis e parte em barricas, por vinte meses. Rubi escuro. Aroma de cereja preta, madeira nova, notas terrosas, especiarias. Paladar de bom corpo, com taninos firmes, ótima acidez, para guarda. R$ 599,90, na Grand Cru (lojas físicas).
Carpineto Chianti Classico Riserva 2019: elaborado com 80% sangiovese mais canaiolo e outras castas, com doze meses em barricas de carvalho. Cor granada. Aromas de frutas vermelhas maduras, especiarias, café e cedro. no paladar, tem estrutura firme, acidez vibrante e taninos polidos, já pronto, mas pode evoluir. R$ 235,18, na Wine.
Publicado em VEJA São Paulo de 7 de outubro de 2025, edição nº 2969.
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Fonte.: Veja SP Abril


