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11 de novembro de 2025

Chile: Operação no Rio divide candidatos à Presidência – 10/11/2025 – Mundo

Chile: Operação no Rio divide candidatos à Presidência – 10/11/2025 – Mundo

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A operação policial no Rio de Janeiro, em outubro, tomou o primeiro bloco do debate dos candidatos à Presidência do Chile. Menos de uma semana antes das eleições de 16 de novembro, os chilenos assistiram ao último confronto dos oito candidatos à Presidência na noite desta segunda-feira (10).

Provocados pelos mediadores, Franco Parisi, Jeannette Jara, Marco Enríquez-Ominami, Johannes Kaiser, José Antonio Kast, Eduardo Artés, Evelyn Matthei e Harold Mayne-Nicholls responderam se fariam no Chile algo parecido à operação policial mais letal do Brasil.

A criminalidade é um problema crescente na visão dos chilenos e dominou boa parte das campanhas dos candidatos. O tema também divide os favoritos nas pesquisas: enquanto os postulantes da direita prometem aumentar a repressão policial, a esquerda propõe mais programas sociais em regiões de maior vulnerabilidade.

Os postulantes da direita afirmaram no debate que irão lançar mão de leis antiterrorismo para inibir a ação de grupos criminosos.

Ao comentar a ação policial no Rio de Janeiro, Kast disse que propôs ações mais duras que as tomadas pelo atual governo contra o narcotráfico e disse que o governo Boric não tem ações concretas para punir o crime organizado.

Kaiser disse que, se necessário, toda a força do Estado deve ser usada para reprimir grupos de crime organizado.

“Queremos colocar tecnologia na fronteira e na região mais sensível do país”, disse Matthei.

Os demais candidatos disseram que a operação no Rio de Janeiro não foi bem-sucedida pelo número de mortos. “Lotar de inteligência a polícia, fazer a investigação, prevenir”, disse Mayne-Nichols.

“Sabem da capacidade que tenho, o que aconteceu no Brasil foi grave. Vamos combater os que têm o dinheiro do crime organizado“, disse Jara.

Kast prometeu que nos primeiros 90 dias lançará um plano para a questão da segurança pública. “Você, chileno, vive com medo agora. Mas quem vai ter medo serão os traficantes”, prometeu.

As pesquisas mais recentes apontam um segundo turno entre a esquerdista Jara (ex-ministra do atual presidente, Gabriel Boric, que não pode tentar um novo mandato) e o ultradireitista Kast. Matthei, que há um ano aparecia como favorita, caiu para o terceiro lugar.

Uma pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP) de outubro apontava que Jara venceria a votação do primeiro turno com 25% da preferência dos eleitores, seguida por Kast (23%) e Matthei (12%). Em um segundo turno entre Jara e Kast, o ultradireitista e admirador do ditador Augusto Pinochet venceria com 41% dos votos, contra 33% da comunista.

Não por acaso, os candidatos de oposição se pouparam nos primeiros blocos e centraram fogo na governista Jara.

No bloco seguinte, quando cada candidato respondeu a uma pergunta direta dos jornalistas, Jara criticou a imprensa por tentar polemizar a respeito de sua filiação ao Partido Comunista e demarcou uma diferença em relação a Boric, ao dizer que se relacionaria com outros governantes de ideologia distinta, como o argentino Javier Milei.

“Quero dizer às pessoas que estão em casa que, quando eu for eleito presidente, vou colocar minha militância em espera. Eu realmente não sei se é atribuído ao congelamento ou renúncia. Basicamente porque acredito que minha energia tem que estar focada em resolver os problemas”, disse ela.

No bloco sobre economia, Kast disse que fará uma reforma tributária para facilitar a contratação de pessoas e melhorar a segurança para atrair investimentos. Jara, por sua vez, disse que irá trabalhar para reduzir a inflação e dar previsibilidade para impulsionar o trabalho formal.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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