11:13 PM
11 de novembro de 2025

Contador preso em MT é apontado como “cérebro” de esquema milionário com mais de 300 empresas de fachada

Contador preso em MT é apontado como “cérebro” de esquema milionário com mais de 300 empresas de fachada

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O delegado Guilherme da Fachinelli, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), classificou o contador preso na Operação Domínio Fantasma, deflagrada nesta terça-feira (11), como a “parte pensante e técnica” de uma organização criminosa especializada em aplicar golpes virtuais por meio de sites falsos.

A operação foi deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso nas cidades de Cuiabá e Sorriso, com o cumprimento de 33 ordens judiciais, incluindo prisão preventiva, mandados de busca e apreensão, bloqueio de R$ 5 milhões, sequestro de veículos e imóveis de luxo, além da suspensão de perfis e sites usados nas fraudes. “Usava redes sociais para atrair vítimas”, diz delegado.

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Em entrevista, Fachinelli explicou que o falso contador — identificado como Eduardo Cristian Martins Correa do Nascimento — usava suas redes sociais e sites de contabilidade digital para atrair vítimas, prometendo serviços e lucros falsos. “Estamos cumprindo medidas judiciais de derrubada dos perfis dele, porque eram usados para divulgar serviços fraudulentos e, com isso, atrair mais vítimas”, afirmou o delegado.

O titular da DRCI disse ainda que o número de vítimas ainda está sendo contabilizado, mas que a apuração começou a partir de denúncias espontâneas. “As pessoas nos procuravam dizendo: ‘tem uma loja que a gente compra e não entrega’. A partir dessas informações, mapeamos os sites e identificamos o mesmo padrão de atuação”, relatou.

Lucro milionário e ostentação

Segundo Fachinelli, o grupo mantinha lucros expressivos e evolução patrimonial “exorbitante”, incompatíveis com suas rendas declaradas. Durante as buscas, a polícia apreendeu carros de luxo avaliados em até R$ 1,5 milhão, entre eles um Porsche e uma Mercedes-Benz.

O contador, que se apresentava nas redes como especialista em contabilidade digital para e-commerce, dropshipping e iGaming, mantinha um estilo de vida de alto padrão, exibindo viagens e bens caros. A Polícia Civil apura a participação de familiares e outros comparsas no esquema. “Ele era o responsável por toda a parte técnica: criava as empresas, estruturava o fluxo financeiro e orientava os laranjas. Era o cérebro operacional do grupo”, destacou Fachinelli.

Como funcionava o golpe

As investigações apontam que Eduardo criou mais de 300 empresas de fachada, registradas entre 2020 e 2024, muitas delas no mesmo endereço em Cuiabá. As firmas eram usadas para abrir sites falsos de e-commerce, que anunciavam produtos como roupas, brinquedos e cosméticos.

Os consumidores eram atraídos por anúncios patrocinados nas redes sociais, faziam o pagamento via Pix ou cartão de crédito, mas nunca recebiam as mercadorias. Quando os sites começavam a acumular reclamações — especialmente no Reclame Aqui —, o grupo encerrava o domínio e abria outro, repetindo o golpe.

Crimes e próximos passos

O grupo responderá por associação criminosa, fraude eletrônica, crimes contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro.
A DRCI segue analisando dados apreendidos em celulares, computadores e documentos contábeis. O material será periciado pela Politec e pela equipe de investigação financeira da Secretaria de Fazenda (Sefaz).

A operação foi coordenada pela  Cecor (Coordenadoria de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) da Polícia Civil e contou com o apoio de várias  delegacias especializadas.





Fonte.: MT MAIS

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