O movimento global Fridays for Future (sextas-feiras pelo futuro), também conhecido como Juventude pelo Clima, chega nesta sexta-feira (14) em Belém, que recebe a COP30, a conferência do clima da ONU.
Jovens ativistas saem às ruas da Estação das Docas rumo à Praça da República, na região central da capital paraense. A manifestação exige ações efetivas dos líderes políticos contra o avanço das mudanças climáticas e o fim da indústria de combustíveis fósseis.
O movimento foi criado e popularizado pela ativista sueca Greta Thunberg. Ela ganhou projeção internacional com protestos solitários que promovia a cada sexta-feira em Estocolmo, movimento que depois uniu milhões de pessoas por ações contra as mudanças climáticas.
A última COP da qual Greta participou foi a edição 26, em Glasgow, na Escócia. Na ocasião, ela chamou o evento de “um festival de greenwashing do Norte Global” —o termo é utilizado para se referir à prática de prática de vender uma imagem ambientalmente responsável sem mudanças reais.
Sobre a COP27, no Egito, a ativista repetiu a acusação de greenwashing e criticou a falta de espaço para a sociedade civil nas negociações. No ano seguinte, a conferência ocorreu nos Emirados Árabes Unidos, e Greta afirmou que seus resultados foram “uma facada nas costas para os mais vulneráveis”.
A ativista criticou também, no ano passado, o Azerbaijão, que sediou a COP29. Ela chamou o país de “petroestado autoritário” e disse à imprensa que a escolha do país como sede do evento era “mais do que absurda”, por ter sua economia baseada no mercado do petróleo e gás.
COP30
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Com o tema Just Transition Now (Transição Justa Agora), a mobilização desta sexta-feira em Belém integra protestos simultâneos em diversos países, incluindo Alemanha, Itália, Espanha, Estados Unidos, México, Filipinas, Japão, República do Congo e Suécia.
Daniel Holand, 22, é um dos organizadores do ato em Belém. Ele celebra o retorno do protesto em um país que sedia a COP, já que o ato deixou de ser realizado nas três últimas edições devido aos regimes autoritários dos países-sede.
“Tradicionalmente, as greves globais acontecem durante a COP, na sexta-feira da primeira semana. Nos três últimos anos, a gente não teve esse direito de protestar na rua, infelizmente”, disse à Folha.
Em Belém, o ato terá como principais bandeiras o fim dos combustíveis fósseis, a proteção da amazônia, a transição justa, o financiamento às comunidades mais afetadas, a justiça climática e protagonismo da juventude nessas discussões.
“Nós precisamos urgentemente de uma transição energética”, disse Holand. “Tivemos um pequeno avanço no combate à crise climática, mas não está na hora de a gente recuar. Está na hora de a gente agir de forma mais rápida ainda, porque estamos ultrapassando o limite de 1,5°C”, comentou, citando o limite estabelecido no Acordo de Paris para o aumento da temperatura média global, acima do qual os impactos climáticos se tornam drasticamente mais graves.
Fonte.:Folha de S.Paulo


