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14 de novembro de 2025

Foz do Iguaçu ganha aquário e café em antiga usina – 14/11/2025 – Turismo

Foz do Iguaçu ganha aquário e café em antiga usina – 14/11/2025 – Turismo

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Formado pelo encontro dos rios Grande e Parnaíba, o rio Paraná percorre 4.880 km entre Brasil, Paraguai e Argentina até desaguar próximo a Buenos Aires, no Oceano Atlântico. Essa trajetória é contada no AquaFoz, novo aquário do Grupo Cataratas que será inaugurado nesta sexta-feira (14) em Foz do Iguaçu (PR).

Localizado em frente ao Parque Nacional do Iguaçu, o aquário reúne espécies de água doce e salgada e propõe um mergulho na biodiversidade das bacias brasileiras, especialmente para mostrar o que está por trás das famosas Cataratas do Iguaçu, eleitas uma das sete maravilhas da natureza em 2011.

O grupo também reabriu ao público, em 28 de outubro, o Espaço Usina, instalado na antiga Usina São João, desativada em 1989. O local, que antes fornecia energia a cidades da região, abriga agora um café com deck e vista para a cascata que movimentava as turbinas.

Embora esteja fora dos limites do Parque Nacional do Iguaçu, o AquaFoz faz fronteira com a unidade e amplia as experiências turísticas da região, cuja principal atração são as Cataratas do Iguaçu, que contam com 275 quedas-d’água.

Com estrutura para receber mais de um milhão de visitantes por ano, o aquário conta com 28 recintos que reúnem, ao todo, 3,3 milhões de litros de água. As espécies estão distribuídas conforme o habitat natural de cada uma e incluem animais endêmicos dos rios Iguaçu e Paraná, que existem apenas nessas bacias, além de outros ameaçados de extinção que integram projetos de conservação.

O percurso, autoguiado e distribuído em três andares, acompanha o fluxo natural das águas: dos rios Iguaçu e Paraná à floresta alagada, passando pelos rios amazônicos até chegar aos ecossistemas marinhos. Informações estão dispostas em painéis e telas ao longo do trajeto, e monitores ficam disponíveis para auxiliar os visitantes.

Logo na entrada, há uma representação da floresta alagada, com espécies amazônicas. Em frente, um dos maiores tanques oceânicos da América do Sul, com mais de dois milhões de litros de água salgada.

O passeio segue pelos recintos que reproduzem o Rio Paraná e o Rio Iguaçu —este dividido em três seções (alto, médio e baixo curso). Um corredor sensorial com sons e projeções leva à galeria dos rios amazônicos, que abriga espécies como piranhas, aruanãs e raias de água doce.

Os tanques que abrigam as espécies no AquaFoz são feitos de acrílico de alta transparência, material mais seguro e resistente que o vidro e que não distorce as cores dos animais. O espaço também mantém corais da Indonésia, ecossistema considerado o mais diverso do planeta, usados para estudos que ajudam na conservação de espécies brasileiras.

A operação tem como base a experiência do Grupo Cataratas no AquaRio, no Rio de Janeiro, consolidado como referência nacional em reprodução e conservação marinha.

Entre as espécies que mais chamam atenção no novo aquário está o peixe-palhaço, popularizado pelo filme “Procurando Nemo”, que mede de 10 a 11 centímetros. Como são muito procurados, estão em um recinto central. Essa espécie apresenta uma característica biológica singular: todos nascem machos e o maior do grupo se torna fêmea para reproduzir.

Já o tubarão Hemiscyllium freycineti é uma raridade científica. Espécie de tubarão de recife da Indonésia descoberta em 2016. O AquaRio é o único no mundo a documentar o nascimento de filhotes desse animal em cativeiro. Desde 2018, pesquisadores desenvolvem um programa de reprodução que resultou, em 2021, no nascimento dos primeiros filhotes da espécie. Todo o conhecimento disponível sobre o tubarão, que chega a 90 centímetros na fase adulta e “caminha” pelo fundo do mar com as nadadeiras, foi produzido ali.

Em Foz do Iguaçu, a ideia é reunir cerca de 300 espécies de água doce e salgada, somando mais de 10 mil animais. O povoamento dos recintos ocorre de forma gradual, em respeito ao equilíbrio biológico do sistema.

O AquaFoz demandou R$ 140 milhões em investimentos e dois anos de obras. O projeto se inspira em aquários de referência mundial que combinam pesquisa, educação e conservação.

Também participa de programas de preservação de espécies locais, como o surubim-do-Iguaçu (Steindachneridion melanodermatum), em parceria com a Universidade Estadual de Maringá e a Copel.

Os ingressos do soft opening, em novembro, custam R$ 120 (somente pelo site). Após esse período, os valores passam a R$ 135 (site) e R$ 150 (bilheteria). Estudantes, idosos e pessoas com deficiência pagam R$ 75, crianças de 3 a 11 anos R$ 60, e moradores de Foz do Iguaçu R$ 30. O aquário abre diariamente das 9h às 18h30, com última entrada às 17h.

Café na antiga usina do parque

Já a outra novidade da região, o Espaço Usina oferece café e refeições em um casarão histórico, com grandes varandas e deck de madeira de frente para uma cachoeira. O som da queda d’água substitui a trilha sonora musical e faz parte da experiência dentro do Parque Nacional do Iguaçu.

A reabertura do espaço integra o plano de investimentos do Urbia Cataratas, consórcio dos grupos Cataratas e Construcap que assumiu a gestão do parque em 2022. A área completa o Circuito São João, uma trilha de 2,8 km que proporciona imersão na mata atlântica e banho de cachoeira. O acesso ao espaço está incluso no ingresso regular para acesso às cataratas.

Construída em 1942, a usina forneceu energia ao Parque Nacional do Iguaçu, ao antigo aeroporto (hoje Gresfi, no centro da cidade) e ao Hotel das Cataratas de 1943 a 1982, além de abastecer Foz do Iguaçu até 1959.

O espaço revitalizado mantém elementos originais e réplicas, como o quadro de força, as calhas de eletricidade, as plantas arquitetônicas do arquiteto Angelo Murgel e diários de produção de energia da época. O acesso é feito pelo transporte interno do parque. O café funciona diariamente das 10h às 16h.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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