O Perseverance analisou a Phippsaksla com o instrumento SuperCam e descobriu que a rocha é rica em ferro e níquel. A combinação é típica de meteoritos de ferroníquel formados no núcleo de grandes asteroides, o que indica que ela se formou em outro lugar do Sistema Solar e depois caiu em Marte.

Esse não é o primeiro meteorito de ferro encontrado em Marte. O rover Curiosity já encontrou vários no Crater Gale, como o “Lebanon” (1 metro, em 2014) e o “Cacao” (2023), assim como os rovers Opportunity e Spirit (missão de 2004-2018).

A ausência desses meteoritos no caminho do Perseverance sempre intrigou os cientistas. “Foi um tanto inesperado que o Perseverance não tivesse detectado meteoritos de ferroníquel dentro da cratera Jezero, principalmente considerando sua idade semelhante à da cratera Gale e o número de crateras de impacto menores, o que sugere que meteoritos caíram no fundo, no delta e na borda da cratera ao longo do tempo”, escreveu Candice Bedford, cientista pesquisadora da Universidade de Purdue (EUA), em nota da Nasa.

Por causa da composição exótica, a equipe ainda precisa fazer mais análises para confirmar se realmente é um meteorito. Se for confirmado, o Perseverance entrará para o clube dos rovers que estudaram pedaços de “visitantes especiais” de outros cantos do Sistema Solar em Marte Candice Bedford, cientista pesquisadora da Universidade de Purdue (EUA)

Meteoritos são comuns no Sistema Solar, mas difíceis de encontrar na Terra, já que a maior parte queima na atmosfera ou cai nos oceanos. Em Marte, com atmosfera rarefeita e pouca erosão química, os meteoritos de ferroníquel se preservam bem — por isso vários aparecem “sentados” em superfícies planas, sem cratera visível ou totalmente apagada pelo tempo.

O que é um rover?

Um rover é um veículo robótico projetado para explorar a superfície de outros planetas, luas ou asteroides. Ele é controlado remotamente por cientistas na Terra e equipado com câmeras, sensores e instrumentos científicos para coletar dados e realizar experimentos.