O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (20), a revogação da tarifa adicional de 40% sobre a importação de uma série de produtos brasileiros. A lista divulgada pela Casa Branca inclui café, chá, frutas tropicais, sucos, cacau, especiarias, banana, laranja, tomate, carne bovina, entre outros itens agrícolas.

A medida, segundo a ordem executiva norte-americana, é retroativa a 13 de novembro e abrange também alimentos processados, bebidas, fertilizantes, minérios, combustíveis fósseis, petróleo e derivados.

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Em publicação nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a decisão e afirmou que a derrubada da tarifa “é uma vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso”. “O diálogo franco que mantive com o presidente Trump e o trabalho das nossas equipes de negociação — o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad e Mauro Vieira — possibilitaram avanços importantes. É um passo na direção certa, mas precisamos avançar mais”, declarou Lula.

O presidente ainda afirmou que o governo seguirá negociando com os EUA tendo como referência “a soberania nacional e o interesse dos trabalhadores, da agricultura e da indústria brasileira”. “Eu acabo de receber uma notícia que me deixou feliz.  Não é tudo que eu quero, não é tudo que o Brasil precisa, mas é uma coisa muito importante. Depois de um telefonema de meia hora com o presidente Trump, depois de um encontro na Malávia, o presidente Trump acaba de anunciar que vai começar a reduzir vários produtos brasileiros que foram taxados em 40%.  Isso é um sinal muito importante para a relação civilizada que tem que ter Brasil  e Estados Unidos. Portanto, eu acho adado, eu acho algo que o Trump deu um bom final. Então nós precisamos estar preparados, porque ele está convidado para vir no Brasil quando ele quiser e eu espero ser convidado para ir ao Washington para a gente poder zerar qualquer celeuma comercial, política entre Brasil e Estados Unidos.

Na mesma postagem, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou que a postura do governo brasileiro em favor do diálogo criou “uma avenida de entendimentos”, capaz de proteger empregos e ampliar oportunidades no comércio exterior.

Na ordem executiva, Trump afirma que a decisão ocorreu após uma conversa telefônica com Lula, quando ambos concordaram em abrir negociações para tratar dos pontos previstos no Decreto Executivo 14.323, que havia instituído a tarifa extra.

O texto também menciona recomendações de autoridades norte-americanas para remover a alíquota de alguns produtos, citando o “progresso inicial nas negociações” com o Brasil como justificativa. “Certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional, entre outras considerações relevantes”, afirma o documento.

Itamaraty comemora e ressalta continuidade das negociações

Por meio de nota oficial, o Itamaraty afirmou ter recebido a decisão dos EUA “com satisfação” e detalhou os produtos que ficarão livres da tarifa — entre eles, carnes, café, manga, coco, açaí e abacaxi.

O órgão também destacou que a medida coincide com a última reunião bilateral entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, realizada em 13 de novembro, em Washington.

O governo brasileiro reiterou ainda sua disposição em manter o diálogo com os EUA, reforçando a tradição de 201 anos de relações diplomáticas entre os dois países, e afirmou que continuará negociando para a remoção das tarifas que ainda restam sobre a pauta comercial bilateral.