O câncer de próstata continua sendo uma das neoplasias mais prevalentes na oncologia brasileira. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio 2023–2025 é de 71.730 novos diagnósticos por ano — o tumor mais incidente entre homens (excluindo pele não melanoma) e o segundo que mais leva a óbitos no país.
É diante dessa elevada incidência da doença que um importante marco tecnológico acaba de ocorrer: pela primeira vez na América Latina, uma cirurgia robótica foi realizada remotamente em caráter assistencial, fora do ambiente acadêmico ou simulado.
A operação conectou São Paulo e Porto Alegre em tempo real — com o urologista Rafael Coelho, do Hospital Nove de Julho, da Rede Américas, comandando o console na capital paulista para uma cirurgia em um paciente localizado em Porto Alegre.
“Realizar a primeira telecirurgia robótica da América Latina é um marco importante para a medicina. Essa conquista rompe barreiras geográficas e demonstra como conhecimento, expertise e tecnologia podem ultrapassar fronteiras físicas. Além de representar um avanço científico, o feito amplia o acesso à medicina de alta complexidade e fortalece a colaboração entre grandes centros e regiões com menor disponibilidade de especialistas”, comenta Rafael Coelho, cirurgião do Hospital Nove de Julho e responsável pela telecirurgia.

Implicações positivas para o tratamento do câncer de próstata
Quando a cirurgia é indicada, a prostatectomia robótica se consolidou como alternativa menos invasiva nos principais centros de referência. O robô utilizado nesta telecirurgia pioneira foi o Toumai. O sistema é empregado em diferentes especialidades e permite procedimentos menos invasivos, com visão ampliada em alta definição e em 3D. A ergonomia do console reduz a fadiga física em procedimentos longos, enquanto instrumentos que mimetizam o movimento humano — associados à filtragem de tremores — aumentam a precisão e a segurança nos movimentos delicados.
A plataforma amplifica o gesto humano, permitindo melhor visualização e precisão de movimento — o que pode contribuir para:
• menor sangramento
• menos dor no pós-operatório
• recuperação mais rápida
• maior preservação de continência e função sexual
Para o homem, isso não é detalhe: qualidade de vida no pós-operatório faz parte do desfecho. “O Hospital Nove de Julho, mais uma vez, entrou para a história da medicina. Neste ano, comemoramos o fato de sermos o primeiro hospital não filantrópico da América Latina a ter realizado 10 mil cirurgias robóticas e, agora, conduzimos a primeira telecirurgia robótica não experimental em território 100% nacional. Esse feito demonstra a capacidade ímpar do nosso corpo clínico, a robustez da nossa infraestrutura e o compromisso constante com a inovação em benefício do paciente”, afirma Raphael Oliveira, diretor-geral do Hospital Nove de Julho.

Quando a localização não define o cuidado
Ao longo da última década, tecnologias robóticas e soluções baseadas em inteligência artificial voltadas ao apoio à decisão e ao cuidado clínico vêm sendo incorporadas paulatinamente à prática assistencial e trazendo mais confiança aos pacientes.
“Fiz a cirurgia robótica e, para minha surpresa, três dias depois já estava em casa. Uma semana, após o procedimento, retirei a sonda e estava totalmente normal: continência preservada, ereção normal e sem dor. Sei que muitos homens têm medo, mas a robótica nos ajuda a minimizar os riscos e nos traz mais confiança”, conta Jairo Soares, paciente que realizou a cirurgia minimamente invasiva para câncer de próstata no Hospital Nove de Julho.
A Rede Américas conta com 17 plataformas robóticas em seus hospitais em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Pernambuco e Bahia. Além do benefício assistencial, alguns deles, como o Hospital Nove de Julho, se consolidaram como polo de educação, com centros de difusão de técnicas que levam a experiência acumulada em cirurgia robótica para outros profissionais.
“Entendemos que a inovação faz sentido quando está a serviço do cuidado. A cirurgia robótica é mais um passo na jornada de integrar alta tecnologia à excelência assistencial. Com ela, oferecemos maior precisão nos procedimentos, menor impacto no paciente e, principalmente, mais segurança em todo o processo cirúrgico”, afirma Rogério Reis, vice-presidente de Hospitais da Rede Américas, segunda maior rede de hospitais privados do Brasil.

O recado do Novembro Azul é o mesmo: quanto mais cedo se identifica, melhor o prognóstico. Mas agora, o país passa a contar com um recurso capaz de ampliar acesso a técnicas mais precisas — e de captar, na ponta, impacto real no desfecho clínico e funcional do paciente.
Fonte.:Saúde Abril


