
Crédito, NurPhoto via Getty Images
- Author, Iara Diniz
- Role, Da BBC News Brasil em São Paulo
O parlamentar deixou o Brasil em setembro, no mês em que a ação foi julgada pela Primeira Turma do STF. Ele não voltou desde então.
Atualmente, Ramagem está em Miami, nos Estados Unidos, conforme mostrou reportagem do Platô BR.
Segundo informações do G1, Ramagem teria viajado de avião para Boa Vista (RR), de onde partiu de carro, em uma viagem clandestina em direção à fronteira, e seguiu para outro país.
O deputado pediu uma licença de 30 dias para tratamento de saúde à Câmara em setembro, e a renovou em 13 de outubro. A licença vale até 12 de dezembro.
A Câmara dos Deputados informou que não foi comunicada sobre a saída do deputado do Brasil.
Condenação no STF
Antes de entrar na política, era delegado da Polícia Federal. Ficou mais próximo de Bolsonaro quando foi designado para chefiar a equipe de segurança do político após este ser vítima de uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.
Em 2022, ele deixou o cargo da Abin para se candidatar a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Ele foi eleito com 59 170 votos.
Em 2024, ele concorreu à Prefeitura do Rio de Janeiro, mas não teve sucesso nas urnas.
O parlamentar foi um dos oito réus condenados em setembro pela Primeira Turma do STF pela trama golpista.
De acordo com a PGR, Ramagem teria usado a estrutura da Abin em favor dos planos golpistas — comandando uma “Abin paralela” que monitoraria adversários e críticos do governo Bolsonaro, além de produzir informações falsas e ataques virtuais.
Além disso, Ramagem teria fornecido a Jair Bolsonaro material para apoiar o ataque às urnas eletrônicas e a intervenção das Forças Armadas.
Em suas alegações finais, a defesa do deputado pediu sua absolvição.
“Alexandre Ramagem não pode ser responsabilizado por cada ato praticado no âmbito da Abin durante sua gestão, com base no simples fato de que era o diretor-geral do órgão, salvo se se admitisse eventual responsabilização por culpa”, afirmou a defesa.
O ex-diretor da Abin foi o único réu no julgamento que foi acusado e condenado por três crimes, e não cinco.
Por ser deputado federal (PL-RJ), ele não respondeu às acusações de dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, ambas ligadas aos ataques de 8 de janeiro.
Isso porque a Primeira Turma do STF decidiu suspendê-las por conta de sua imunidade parlamentar durante o mandato — já que, segundo a acusação, esses crimes teriam acontecido após Ramagem assumir o cargo.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL


