Localizado na beira do canal em uma das regiões mais privilegiadas de Dubai, o Pullman Downtown, hotel do segmento premium da rede Accor, sediou nos dias 13 e 14 de novembro o primeiro Pullman xChange, evento que apresentou as novidades da rede para os próximos cinco anos. A escolha de Dubai não foi aleatória: a cidade é a primeira no mundo a abrigar hotéis atualizados com as novidades da marca, que mesclam arquitetura, gastronomia e experiências culturais.
O evento inaugural contou com a presença de Benoît Racle, presidente global das marcas premium da Accor, que apresentou os novos planos da companhia. “É a nossa nova era, que honra nosso legado, mas também molda nosso futuro. Quando os hóspedes chegarem ao Pullman, eles saberão que algo mudou. Não é apenas mais um hotel de negócios, mas sim um lugar aberto a trocas, projetado para conexão e repleto de contrastes e energia”, anunciou o executivo durante a coletiva de imprensa.
As mudanças arquitetônicas já podem ser vistas no Pullman Dubai Jumeirah Lakes Towers e serão replicadas nos próximos meses nas demais unidades da rede. A nova estrutura, chamada Portais Pullman, será instalada entre a porta de entrada e o lobby, convidando os hóspedes a atravessar um espaço imersivo que remete aos túneis pelos quais atravessavam os trens da Pullman, empresa que nos idos de 1860 trouxe para os vagões-leito o conforto e a sofisticação que até então só eram vistos em hotéis de luxo.

Dos trilhos aos hotéis
Aqui vale uma pausa para contar um pouco dessa história e como se deu a transição da Pullman dos trilhos para a Pullman dos hotéis. O magnata George Pullman teve a ideia de introduzir um novo padrão de conforto e sofisticação às viagens ferroviárias. A “experiência Pullman” tornou-se sinônimo de percorrer longas distâncias com requinte, tanto na América quanto, anos depois, na Europa, onde o termo passou a designar vagões de primeira classe.
A partir da metade do século 20, porém, o cenário começou a mudar. A expansão da aviação comercial e das rodovias reduziu a demanda por viagens ferroviárias de longo percurso. As empresas associadas aos serviços Pullman foram perdendo protagonismo e o nome, já icônico, deixou de estar atrelado apenas ao transporte.
É nesse período que ocorre a transição: a marca Pullman, com seu forte capital simbólico de conforto e eficiência sobre trilhos torna-se atraente para o setor hoteleiro, que buscava narrativas capazes de transmitir sofisticação e mobilidade. Foi aí que entrou a rede Accor, que em 1990 introduziu a Pullman em seu portfólio, que já nasceu como uma rede hoteleira de padrão upscale.
Novidades à mesa
De volta à Dubai e às novidades da marca, a intenção por trás da criação dos Portais Pullman no hotéis de hoje remete ao passado adaptável da empresa: “A ideia é criar uma transição, causando uma sensação diferente ao chegar. O portal pode ser feito de ferro, bambu ou luz. Pode ser azul, amarelo, digital ou físico. Queremos diferenciar esse portal em cada localidade e torná-lo reconhecível globalmente”, explicou Benoît Racle na entrevista exclusiva aos veículos brasileiros, da qual a Viagem e Turismo participou.
Ainda sobre causar sensações, foram apresentadas as Unexpected Pairings (Combinações Inesperadas), nas quais os menus dos restaurantes dos hotéis serão reformulados, incorporando novas porções e uma nova carta de drinks. Foi possível ter um gostinho das novidades durante o evento, no qual comidas tradicionais de fast-food foram recriadas em pequenos pratos com toques gourmet, como é o caso do frango frito com caviar, fish and chips com tartar de tilápia e donut com cobertura de tâmara.

O futuro chegou
Já com uma forte presença dentro do setor corporativo, agora a marca Pullman quer adotar um novo modelo de encontros com o intuito de promover trocas profissionais entre os hóspedes. Para isso, foi apresentada a Pullman xChange, uma série de encontros anuais prevista para ocorrer ao longo dos próximos três anos em parceria com a fundação alemã House of Beautiful Business, que se dedica a reinventar o mundo dos negócios a partir de uma perspectiva mais humana e sustentável.
O evento piloto foi justamente em Dubai, que teve como tema “Construa algo que dure mais que você”, e contou com a presença de profissionais das áreas da psicologia, economia e arquitetura, motivando reflexões e trocas entre os convidados.
Entre os palestrantes, estava a arquiteta Michelle Kaufmann, antiga colaboradora no escritório de Frank Gehry e atual diretora de Pesquisa e Desenvolvimento do Google, onde reestrutura edifícios desocupados para servirem de ambientes corporativos híbridos e mais sustentáveis.
Na palestra, a arquiteta relembrou seus dias junto de Gehry, em especial na ocasião da inauguração de uma de suas obras mais icônicas, o Museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha, em 1997. “Lembro da comoção do público ao ver o edifício pela primeira vez, aquelas linhas e curvas eram coisas que ninguém tinha visto antes. Essas experiências compartilhadas têm efeitos profundos na mente coletiva”, disse Kaufmann.

A deixa abriu espaço para a entrada no palco da neurocientista Hannah Critchlow contar sobre sua área de atuação, além de propor uma atividade com os participantes do evento.
Hannah afixou eletrodos no couro cabeludo de um voluntário que ela chamou ao palco, que começou em pose meditativa e depois foi seguindo orientações para rir e se mexer vigorosamente. O objetivo dela era mostrar como as ondas cerebrais variam de frequência entre um comportamento e outro.
A neurocientista, então, quis aplicar a mesma lógica no restante da plateia e propôs que todo mundo dançasse, fazendo subir e descer a frequência. A atividade começou devagar, com uma dançarina e um DJ, junto com uma música relaxante e movimentos sutis de ombro e quadril. De início, a plateia estava tímida e pouco aberta a se soltar.
Mas a sisudez durou pouco. De uma dancinha rígida e insegura, pouco a pouco a coisa foi evoluindo até que todos dançassem como se estivessem em uma festa, com movimentos livres, vigorosos e muitos sorrisos nos rostos.

A atividade quis mostrar na prática o que foi debatido durante o evento, transformando por completo o clima e o humor dos participantes, criando conexões e incentivando o diálogo, exatamente o proposto pelo xChange. A Pullman pretende realizar outros três encontros em 2026 em hotéis da bandeira na Europa, Ásia e América do Sul.
Quando perguntado se o próximo encontro poderia acontecer no Brasil, Benoît Racle não confirmou, mas compartilhou seu entusiasmo em relação às possibilidades que o país oferece. “Uma coisa que admiro é justamente a brasilidade. É uma forma de pegar a marca e torná-la relevante para a cultura e a população local. Passei muito tempo no Brasil recentemente e compartilhamos as mesmas visões. Se pegarmos aspectos como troca entre pessoas, comida e design, no Brasil você encontra tudo isso”, afirmou o executivo.
Novos empreendimentos
A expectativa é que a rede expanda seu portfólio em 45% até 2030, chegando à marca de 230 hotéis no mundo todo. Essa meta será cumprida com lançamentos a curto e médio prazo. Quatro hotéis estão previstos para 2026: em Guadalupe, no arquipélago francês no Caribe; Hamilton, na Nova Zelândia; em Moganshan, na China; e também na vila de Kolasin, o primeiro da rede em Montenegro.
Completam as novidades um novo hotel no fervido bairro de Ginza, em Tóquio, para 2027, e o resort à beira-mar Bocapan Zorritos, no Peru, com lançamento previsto para 2028. Em São Paulo, a Pullman possui um hotel da bandeira desde 2014 próximo ao aeroporto de Guarulhos.
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Fonte.:Viagen


