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22 de novembro de 2025

São Paulo: Museu da Língua Portuguesa recebe exposição sobre o funk

São Paulo: Museu da Língua Portuguesa recebe exposição sobre o funk

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Nascido das periferias urbanas e estudado por pesquisadores como um dos movimentos culturais mais influentes do país, o funk se afirma como linguagem estética, política e social que transforma modos de falar, vestir e criar. É a partir dessa força que o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, apresenta a exposição FUNK: Um grito de ousadia e liberdade desde o dia 15 de novembro.

Concebida originalmente pelo Museu de Arte do Rio (MAR), onde ficou um ano e meio em cartaz conquistando sucesso de público e crítica, a exposição debate o papel do funk nos repertórios linguísticos, artísticos e afetivos, com acervo incorporado sobre o funk paulista. 

Com curadoria de Taísa Machado, Dom Filó, Amanda Bonan, Marcelo Campos e Renata Prado, a exposição apresenta e articula a história do funk para além da sua sonoridade, também evidenciando sua origem na matriz cultural urbana, periférica, a sua dimensão coreográfica, as comunidades, e os seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos ao imaginário constituído em torno dele.  

Para isso, a exposição conta com 473 obras e itens de acervo, entre pinturas, fotografias e registros audiovisuais O acervo da memória da FUNK TV foi incorporado à mostra no Museu da Língua Portuguesa para situar o desenvolvimento do funk na capital paulista. A produtora é referência do gênero no bairro da Cidade Tiradentes, berço do movimento na capital.  

“Ser curadora de uma exposição de funk que mudou a concepção de arte da cidade do Rio de Janeiro é aceitar o desafio de construir a narrativa do funk paulista no Museu da Língua Portuguesa com o mesmo propósito: mostrar novas possibilidades de enxergar a arte através da cultura funk”, afirma a curadora Renata Prado. Formada em Pedagogia pela Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ela é pesquisadora da cultura funk e relações étnico-raciais, idealizadora da Frente Nacional de Mulheres no Funk e ficou responsável por reunir os acervos e conteúdos sobre o funk paulista na versão do Museu da Língua Portuguesa da exposição.  

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História

FUNK: Um grito de ousadia e liberdade mostra o caminho percorrido pelo gênero musical desde a influência da música negra estadunidense, o estabelecimento no Rio de Janeiro com características próprias e depois em São Paulo, onde também assumiu feições locais.  

As obras ajudam a contar a história do funk desde sua gênese nos bailes black, que começaram a acontecer no Rio de Janeiro e em São Paulo no fim dos anos 1960, a partir da ancestralidade negra já presente nas eras Soul e Black Music. 

Nesses espaços de lazer da juventude negra, entraram para a história eventos como o show do cantor norte-americano James Brown, o Rei do Soul, na festa Chic Show no ginásio do Palmeiras. Realizada em novembro de 1978, a festa atraiu cerca de 22 mil pessoas e é interpretada por artistas contemporâneos em telas produzidas para a exposição.  

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Fotografias de acervos pessoais de dançarinos, músicos e demais profissionais envolvidos no universo do funk ou que influenciaram este movimento musical fazem parte do acervo da exposição, entre elas imagens de Jair Rodrigues com os Originais do Samba, Nelson Triunfo, Gerson King Combo e Lady Zu, entre outras.  

Artes visuais

A abordagem se estende, ainda, à presença do funk em variadas dimensões e práticas culturais, com especial atenção ao campo das artes visuais contemporâneas, para as quais o funk é uma referência de visualidade, alteridade e de forma. Objetos próprios da história do estilo musical são combinados a uma profusão audiovisual de sons, vozes e gestos, bem como atravessados por uma iconografia relacionada ao funk.  

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Entre os artistas brasileiros contemporâneos estão Panmela Castro, Rafa Bqueer, Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre e Rafa Black. A obra de Tiago Furtado mostra a relação do Rap e do Funk na comunidade paulistana com prédios do centro histórico de São Paulo ao fundo. Já Markus CZA destaca, em um de seus quadros, movimentos negros inseridos no contexto do paulista.  

Serviço  

Onde? Museu da Língua Portuguesa – Praça da Luz, s/n – Luz – São Paulo.

Quando? Até agosto de 2026. De terça-feira a domingo, das 9h às 16h30 (com permanência até as 18h).

Quanto? R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia). Crianças de até 7 anos são isentas. Grátis aos sábados e aos domingos. Venda de ingressos na bilheteria e pela internet.  

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Fonte.:Viagen

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