Um homem de 32 anos manteve os dois filhos como reféns no último sábado, 22 de novembro, após encontrar mensagens de teor sexual no celular da esposa, no Jardim Maria Rosa, em Campinas, interior de São Paulo.

Segundo o boletim de ocorrência, uma equipe da Polícia Militar foi acionada enquanto patrulhava a região. Ao chegar ao prédio, os policiais encontraram a mãe das crianças acompanhada do pai dela. Ela contou que havia sido expulsa de casa depois que o companheiro viu as mensagens no telefone e se trancou no apartamento com os filhos havia cerca de 40 minutos. Armado, ele se negava a permitir que as crianças saíssem.

Os policiais subiram até o andar da família e iniciaram a negociação. O homem disse que não autorizaria a entrada da equipe e exigiu que todos deixassem o local. Ameaçou atirar nos filhos caso a polícia tentasse intervir, afirmando que esperava morrer em confronto.

Mesmo sob ameaça, ele afirmou que as crianças estavam bem, e os policiais ouviram as vozes dos menores dizendo que queriam ficar com o pai. Em seguida, o barulho do ferrolho de uma arma preocupou os agentes, que insistiram pela liberação dos reféns. O homem então condicionou a saída das crianças à chegada de sua advogada, que foi localizada e enviada ao local. Assim que ela chegou, a filha foi liberada, mas o filho voltou para perto do pai. Depois de nova tentativa de diálogo, o menino também foi entregue.

Com as duas crianças em segurança, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) assumiu a negociação e conseguiu convencer o homem a deixar o apartamento sem resistência. Segundo a polícia, ele estava emocionalmente abalado e foi levado pelo Samu ao Hospital Mário Gatti, onde passou por avaliação psiquiátrica e recebeu alta.

As crianças não apresentavam ferimentos e, de acordo com o registro, estavam bem cuidadas.

O homem não foi preso. A mãe das crianças optou por não registrar denúncia contra o companheiro, mas solicitou medidas protetivas. O delegado não enquadrou o caso como sequestro ou cárcere privado, alegando que os menores demonstravam querer permanecer com o pai. Sem antecedentes criminais, o homem pagou fiança de R$ 1.800 e responderá em liberdade por posse ilegal de arma de fogo.