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1 de dezembro de 2025

Petro acusa CIA por chats sobre infiltração de guerrilha – 26/11/2025 – Mundo

Petro acusa CIA por chats sobre infiltração de guerrilha – 26/11/2025 – Mundo

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu a realização de um “exame forense” de mensagens publicadas pela imprensa colombiana que sugerem uma infiltração de uma dissidência das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em seu governo.

Uma reportagem da rede Caracol Televisión mostrou, no domingo (23), que um general e um alto funcionário de inteligência compartilharam informações com rebeldes comandados por Alexander Díaz, conhecido como Calarcá, que negocia a paz com o governo.

Petro acusa a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, de ter vazado a informação para a Caracol para prejudicar seu governo, que vive atualmente disputa política com o presidente americano, Donald Trump.

“A fonte do jornalista é a CIA, que tem o costume de criar redes para influenciar a opinião pública de acordo com os interesses do governo de seu país no mundo todo”, escreveu Petro no X.

A Procuradoria e o Ministério da Defesa investigam o general Juan Manuel Huertas e Wilmar Mejía, funcionário da Direção Nacional de Inteligência, por supostamente planejar a criação de uma empresa de segurança que permitiria aos guerrilheiros evitar controles e comprar armas.

“Decidimos que seja feito, se possível, um exame de informática forense dos chats” dos dissidentes revelados pela Caracol, afirmou Petro nesta terça-feira (25), durante uma reunião com seus ministros. “A partir disso, tomarei decisões”, acrescentou.

Petro disse ter “muitas dúvidas” sobre o conteúdo da reportagem, que em uma declaração anterior classificou como falsa. O caso provoca nova crise política no país.

A informação foi extraída de telefones e dispositivos eletrônicos apreendidos em julho de 2024, quando Calarcá e outros dissidentes foram detidos temporariamente e depois liberados por sua condição de negociadores de paz.

O governo Petro chegou ao poder, em 2022, com a promessa de negociar a paz com guerrilhas restantes no país após o acordo histórico assinado com as Farc, em 2016. Próximo do fim de seu mandato, no entanto, ele não obteve sucessos sólidos, e uma série de atentados recentes contra forças de segurança e figuras políticas em grandes cidades como Bogotá e Cali balançaram sua abordagem.

O mandatário também acumula tensões com o Exército após demitir vários altos comandantes. Segundo a mídia local, um dos generais investigados, Wilmar Mejía, era o encarregado de realizar esses expurgos.

Os Estados Unidos sob Trump mantêm hoje uma diplomacia hostil com o governo de Petro, o primeiro de esquerda na história da Colômbia, por considerar que a gestão do colombiano não faz o suficiente para combater o narcotráfico.

Trump retirou da Colômbia sua condição de aliada de Washington na luta antidrogas e impôs severas sanções econômicas contra Petro e alguns de seus familiares. Além disso, o Pentágono tem anunciado uma série de ataques a barcos no Caribe e no oceano Pacífico supostamente ligados ao narcotráfico —um deles, inclusive, que seria da guerrilha colombiana ELN (Exército de Libertação Nacional).

Na terça-feira, a Defensoria do Povo pediu o afastamento dos altos funcionários investigados. “Sugere-se avaliar a retirada da função das pessoas que possam estar comprometidas”, disse a entidade em um comunicado.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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