São incontáveis os tons de verde —do mais claro, da grama lisinha que reveste as colinas, ao mais escuro, das folhas das araucárias, típicas da região. Por trás da imensa parede de vidro, a paisagem parece uma daquelas imagens de fundo de tela de computador, tamanha a simetria das montanhas da Mantiqueira.
O hotel Botanique fica encravado no Triângulo das Serras, onde as cidades paulistas de Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal se encostam. Está num terreno de mata nativa frequentado por jaguatiricas, quatis, jacus e outras dezenas de aves. Convém, por isso, manter portas e janelas dos quartos fechadas ao sair, caso não queira receber uma visita selvagem.
São ao todo 20 suítes numa área de mais de 80 mil m². Sete delas ficam no edifício principal. Outras 13 estão espalhadas por ali, todas com uma cara de chalé da montanha no estilo rústico-chique. Abrigam lareira, cama king size, mobiliário de couro, pesadas vigas de madeira, banheira e um chuveiro num box todo de pedras. Há ainda uma jacuzzi na parte externa, duas espreguiçadeiras e uma rede pra botar a leitura em dia. Diárias começam na casa dos R$ 3.833.
O Botanique é um daqueles lugares em que os hóspedes se enfurnam e mal deixam os portões, hotéis que são um destino em si. Como diz o nome, a botânica dá a tônica local, sobretudo ao The Lab, espaço com cara de sala de alquimia é possível participar de oficinas e usar ingredientes naturais para criar produtos como velas, hidratantes e esfoliantes.
O spa é um dos carros-chefes. Abriga espaços para massagens, terapias estéticas, sauna seca e piscina com ozonioterapia. No tanque de flutuação, 500 quilos de sais impedem que o corpo afunde —a promessa é a de que meia hora da terapia equivalem a três horas de sono. Na sauna a vapor, pinga periodicamente uma ducha de água fria que pretende reproduzir uma floresta tropical.
O Mina é o restaurante local, num salão com um pé-direito enorme e amplas vidraças com vista para as montanhas. Serve clássicos de inverno como fondue e filé ao poivre, além de truta e carnes de caça, como a do javali. Muitas das ervas e dos temperos vêm da própria propriedade, colhidas na horta orgânica.
Entre setembro e dezembro, o restaurante é palco do Primavera do Paladar, série de jantares que propõe intercâmbio entre chefs de hotéis latino-americanos da associação Relais & Châteaux, selo de luxo do qual o Botanique faz parte. Em novembro, por exemplo, foi a vez de Duván Ochoa Zuluaga, do Las Balsas, da Patagônia, apresentar um menu em seis etapas que mesclava ingredientes argentinos e brasileiros.
Há ainda um pequeno bar, fora do edifício principal, que recebe apresentações musicais mais intimistas sob luz baixa e drinques clássicos. E se o dia for ensolarado, dá para aproveitar a piscina ou pegar a trilha que começa nos fundos do terreno, serpenteando pelas montanhas. Pique-nique e passeios a cavalo também estão no menu de atividades oferecidas.
O jornalista se hospedou a convite do Botanique
Fonte.:Folha de S.Paulo


