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27 de novembro de 2025

Vinho da casa não é garantia de economia – 27/11/2025 – Isabelle Moreira Lima

Vinho da casa não é garantia de economia – 27/11/2025 – Isabelle Moreira Lima

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Se você pede o vinho da casa porque acha que vai economizar, talvez esteja errando. Hoje, em São Paulo, nem todo vinho que leva o nome do restaurante é o mais barato. Mas talvez acerte na escolha, porque os critérios de eleição desses rótulos são bons. A ideia é 1) oferecer uma bebida de bom custo-benefício, 2) que transmita sua energia e filosofia e 3) que case com a comida que serve.

Nos últimos meses, percebi que diversos restaurantes lançaram seus rótulos, desde opções de entrada até versões comemorativas, geralmente mais complexas. Intrigada por essa leva variada, resolvi investigar se eles valem a pena. Reuni 20 garrafas e as levei ao Evvai (que não tem rótulo próprio), para provar com Marcelo Fonseca, eleito sommelier do ano pelo guia Michelin e titular da casa, e com a sommelière Gabriele Frizon, diretora-executiva da Belle Cave e titular do Kanoe. Deixo a seguir os destaques.

O Più Pizzato Chardonnay, feito na Serra Gaúcha para o restaurante italiano em Pinheiros, brilhou no pódio: redondo, com ótima acidez e estrutura e uma nota láctea gostosa. O preço anima a levar uma garrafa para casa (R$ 110 a garrafa, R$ 32 a taça).

Igualmente interessantes são o gaúcho Luce Viapiana Prosecco Brut (R$ 190), que é cremoso e evolui na taça, da fruta para uma nota de grama; e o Terras dos Alves Colheita Tinto 2020, um Douro Doc vendido a R$ 76 no Rancho Português. Com corpo médio, é gostoso e democrático.

O Ici Bistro tem três rótulos, mas é o branco, que traz notas de ameixa ácida, o melhor. Fez nosso trio de degustadores salivar ao imaginá-lo com mexilhões e fritas da casa. O rosado também pontuou bem, com aromas agradáveis. Todos custam R$ 150.

Para quem ama um vinho branco mais gordinho, a dica certeira é o Basilicata Trebbiano Toscano 2022 (R$ 119), feito pela gaúcha Casa Fontanari, que traz notas lácteas e de frutas amarelas.

Da Bráz, o tinto Mazzei Toscana IGT 2021 (R$ 159) vale mais a pena que o branco: tem boa fruta, acidez certinha, médio corpo, nariz gostoso e acompanha bem pizzas e massas com molho de tomate. Já do Nino Cucina, é o Nino Cotarella Bianco IGT Lazio 2023 (R$ 160), um corte de trebbiano, rossetto e malvasia, muito perfumado, que ganha a corrida.

Também da Itália, a Forneria San Paolo traz um sangiovese toscano (R$ 144) com fruta madura e especiarias, e o Due Cuochi, um Chianti DOCG 2023 feito por Angelo Rocca, que é elegante e representa bem o estilo, mas que tem no preço (R$ 250) seu pecado.

Os dois vinhos do Cortés Asador, gaúchos, são ideais para os pratos servidos ali: o Corte Bordalês é elegante e versátil; e o Cabernet Sauvignon + Marselan, mais extraído e potente, vai com as carnes mais gordas. Ambos custam R$ 218, têm marcas de madeira.

Único vinho paulista do painel, o Le Jazz Syrah 2022 (R$ 152), feito pela Casa Vinet Altos De Amparo, é um dos mais encorpados da prova, traz pimenta branca, acidez e bastante álcool. O comemorativo de sete anos do Vista, feito pela Arte Viva, de Bento Gonçalves, é um grande vinho em todos os sentidos: muito encorpado e potente, com fruta carnuda e 14,2% de álcool. Ficará ainda melhor com o tempo. Vem nas garrafas de três litros (R$ 790) e 750 ml (R$170) ou em taça (R$ 42).

Fica ainda a sugestão para o espumante Carlota Berkano Extra Brut Rosé, feito para os 30 anos do restaurante de Higienópolis, que não chegou a tempo para a degustação, mas é delicioso.


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Fonte.:Folha de São Paulo

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