A DBGG (dívida bruta do governo geral) avançou novamente em outubro e passou a representar 78,6% da economia brasileira, de acordo com dados do BC (Banco Central) divulgados nesta sexta-feira (28). O porcentual era de 78% em setembro. Em valores correntes, o montante somou R$ 9,9 trilhões, contra R$ 9,7 trilhões no mês anterior.

O indicador reúne os passivos da União, do INSS e dos governos estaduais e municipais. O movimento de outubro foi influenciado por dois componentes:

• encargos da dívida, que adicionaram pressão ao total;
• desempenho mais fraco do PIB nominal, que melhora ou piora a relação conforme o ritmo da atividade.

No início do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a razão dívida-PIB estava em 71,7%. Desde então, a elevação acumulada é de 7 pontos percentuais.

Considerando 2025, a dívida sobe 2,1 pontos percentuais até outubro, puxada sobretudo pelo custo crescente dos juros.

Juros seguem pesando e levam saldo nominal ao vermelho

Os gastos com juros atingiram R$ 113,9 bilhões apenas em outubro – ligeiramente acima dos R$ 111,6 bilhões desembolsados no mesmo mês do ano passado. Em 12 meses, as despesas chegaram a R$ 987,2 bilhões, o maior valor da série histórica.

Em relação ao PIB, o dispêndio corresponde a 7,88%, ante 7,48% um ano antes.

Com isso, o resultado nominal – que agrega as despesas com juros – ficou negativo em R$ 81,5 bilhões no mês. No acumulado de 12 meses, o déficit chega a R$ 1,018 trilhão, o equivalente a 8,15% do PIB.