Uma mulher identificada como Glaucia Patrícia Carvalho Bruno foi resgatada de uma situação de possível cárcere privado na noite desta quarta-feira (27), em Cuiabá, após conseguir pedir ajuda de forma discreta à própria amiga. Dois suspeitos foram presos.

Segundo o boletim policial, a guarnição da Polícia Militar — composta pelo 2º sargento Laudicério e o soldado M. Pereira — foi acionada via Ciosp por Maria José Francisca de Moraes, amiga da vítima. Ela demonstrava preocupação com o bem-estar de Glaucia e temia que algo grave estivesse acontecendo na residência onde ela vivia.

Ao chegarem ao local, os militares foram recebidos por João Mateus de Carvalho Fernandes, que demonstrou resistência e tentou impedir a entrada da equipe, afirmando que “não havia necessidade” da presença policial. Diante da situação suspeita, os policiais insistiram na verificação e convidaram Maria José para acompanhar a entrada, garantindo transparência.

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Assim que entraram, os militares se depararam com um ambiente considerado insalubre: forte odor, grande quantidade de sujeira e fezes de cachorro espalhadas pela área externa. O quarto onde Glaucia era mantida estava completamente escuro e com pouca circulação de ar, indicando possível negligência e privação de liberdade.

No momento em que Maria José abraçou a amiga, o soldado M. Pereira percebeu que a vítima havia colocado um papel escondido no bolso da camisa da visitante. Ao solicitar que o bilhete fosse entregue, os policiais encontraram a mensagem escrita à mão com o seguinte pedido de socorro: “Estou em cárcere ameaçada. Nem vejo o sol. Proibida de sair do quarto. Sinto muito medo. Me ajude. Gratidão. Salva a minha vida em nome de Jesus.”

Diante do conteúdo e das condições em que a vítima se encontrava, a PM deu voz de prisão a João Mateus e a Carolinne Duarte Morone, que também residia no local e, segundo a guarnição, contribuía para manter Glaucia confinada.

A equipe realizou o encaminhamento seguro de todos ao Plantão de Violência Doméstica. Em ambiente protegido, Glaucia reafirmou que vivia trancada, proibida de sair do quarto e sob constante vigilância e medo.

Os suspeitos foram apresentados sem lesões corporais, e o uso de algemas foi necessário para garantir a segurança durante o deslocamento. O caso foi entregue à autoridade policial, que irá tomar as medidas legais cabíveis.