
A indicação de Jorge Messias, advogado-geral da União, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) gerou forte reação no meio político e religioso. A escolha de Lula é vista como um aceno ao eleitorado evangélico, mas tem sido criticada por parlamentares e lideranças cristãs.
Por que a indicação é considerada estratégica para o governo?
A nomeação de um ministro que se declara evangélico é uma tentativa de Lula de se aproximar desse segmento, que representa 27% da população e no qual o presidente enfrenta alta rejeição (58%, segundo a pesquisa Genial/Quaest citada). Em ano pré-eleitoral, a indicação busca construir pontes com um eleitorado que pode ser decisivo para uma eventual reeleição. Messias já era o principal interlocutor do governo com lideranças religiosas.
O que gera desconfiança sobre o alinhamento de Messias com pautas conservadoras?
Lideranças religiosas e da oposição apontam a longa trajetória de Messias ligada ao PT e ao presidente Lula. Além disso, um parecer da AGU assinado por ele, que defendeu a derrubada de uma norma que proibia a assistolia fetal, é visto como um sinal de que ele não se alinha a pautas antiaborto. A assistolia fetal é um método que interrompe a gravidez em estágio avançado por meio da parada do coração do feto, o que é fortemente rejeitado por grupos pró-vida.
Qual a posição de Messias sobre a chamada “ideologia de gênero”?
Outro ponto de atrito foi um parecer no qual Messias se posicionou contra uma lei do Espírito Santo que garantia aos pais o direito de vetar a participação dos filhos em aulas sobre gênero. Segundo ele, a norma estadual invade a competência do governo federal para legislar sobre as diretrizes da educação. Essa posição vai contra o que defende a maior parte da bancada evangélica, que é crítica à discussão do tema nas escolas.
O que dizem as pessoas próximas a ele?
O pastor da igreja de Jorge Messias, Sérgio Carazza, o define como um “conservador-social”, ou seja, alguém que defende os costumes tradicionais, como a família e a vida, mas é favorável a uma maior intervenção do Estado na economia. Segundo Carazza, Messias é contrário ao aborto e participa de uma entidade de apoio a mulheres que pensam em abortar. Já sua tese de doutorado mostra total alinhamento a Lula, a quem cita 54 vezes.
Quais são os próximos passos para ele assumir a vaga no STF?
Para se tornar ministro do STF, Jorge Messias precisa primeiro ser aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois, pelo plenário da Casa. A resistência de senadores da oposição e da bancada evangélica, porém, pode dificultar sua aprovação. Ele também enfrenta um pedido de convocação em uma CPMI para explicar suspeitas de prevaricação em um caso de fraudes no INSS.
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Fonte. Gazeta do Povo


