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1 de dezembro de 2025

Depressão de alta funcionalidade: quando tudo parece estar bem, mas não está

Depressão de alta funcionalidade: quando tudo parece estar bem, mas não está

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Quando você pensa em alguém com depressão, é provável que associe a situação a sintomas clássicos como uma demonstração de tristeza profunda no dia a dia, frequentemente acompanhada pela reclusão e isolamento social.

Mas nem todo quadro depressivo é igual. Em algumas pessoas, o problema pode se manifestar através da distimia, em que a tristeza dá lugar ao mau humor, ou então na forma de anedonia, em que o sintoma mais marcante é uma apatia geral, mesmo diante daquilo que outrora dava prazer.

Em alguns casos ainda mais difíceis de identificar, talvez não haja qualquer sintoma ou alteração perceptível na rotina da pessoa acometida. É a chamada depressão de alta funcionalidade. Conheça melhor esse quadro e os cuidados que ele exige.

+Leia também: Depressão não é tudo igual: estudo traça 6 perfis da doença

Como ela surge (e qual a diferença)

A depressão de alta funcionalidade normalmente tem a mesma origem de outros transtornos depressivos. Fatores genéticos, hormonais e ambientais podem ocorrer isoladamente ou em conjunto para alterar a química do cérebro, levando a uma disfunção que altera o humor e a forma como você encara a vida.

A grande diferença em um quadro considerado de “alta funcionalidade” é que a pessoa que sofre com esse tipo de depressão não apresenta sinais externos do problema. É daí, precisamente, que vem o nome: o indivíduo continua exercendo suas funções cotidianas de maneira satisfatória, mantém sua rotina social e de trabalho aparentemente inalterada, e pode até dar a impressão de alegria e realização para quem está ao redor.

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Só que, dentro da cabeça, a história é bem diferente.

Identificar o problema é o maior desafio

Devido à ausência de sintomas externos óbvios, identificar a depressão de alta funcionalidade costuma ser mais difícil do que em outros quadros depressivos. Até mesmo a própria pessoa que convive com o quadro pode duvidar que sofre com ele, caso associe o problema apenas aos sintomas que o senso comum considera indicativos de depressão.

Por isso, é importante ter atenção a outros sinais menos explícitos de que algo vai errado. Eles incluem, mas não se restringem a:

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  • Alterações no sono (tanto insônia quanto uma sonolência excessiva);
  • Dificuldades de concentração;
  • Sensação de tristeza, apatia ou “vazio” mesmo sem demonstrar, especialmente quando atividades que antes traziam sentimentos positivos já não fazem mais isso;
  • Presença de pensamentos negativos com mais frequência do que o habitual.

É importante lembrar que pessoas com depressão de alta funcionalidade podem ter, internamente, sintomas tão intensos quanto qualquer outra manifestação do transtorno, com os mesmos riscos.

O autoengano de que tudo vai bem pode atrasar a busca por tratamento e agravar os problemas com o tempo. Por isso, mais do que aquilo que você faz ou deixa de fazer no dia a dia, observe com atenção como você se sente, e não hesite em procurar ajuda se sentir que algo está diferente.

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Como é o tratamento

O tratamento de uma depressão de alta funcionalidade costuma exigir abordagens semelhantes a outras manifestações de transtornos depressivos. Na prática, isso costuma envolver uma combinação de psicoterapia (o que pode inclusive ser feito com técnicas múltiplas simultaneamente) e medicamentos, conforme avaliação de um psiquiatra.

Uma boa rede de apoio, com familiares, amigos e colegas atentos às necessidades do paciente, também ajuda a alcançar desfechos melhores. A melhor maneira de tratar o problema pode variar de pessoa para pessoa, e a evolução do quadro deve ser monitorada pelo médico responsável para fazer os ajustes que venham a ser necessários ao longo do tempo.



Fonte.:Saúde Abril

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