O 50 Best, um dos principais prêmios internacionais de gastronomia, elegeu o colombiano El Chato como o melhor restaurante da América Latina. Comandado pelo chef Álvaro Clavijo, a casa marca a estreia de um representante do país na liderança, furando a hegemonia peruana no topo da lista.
O Kjolle, comandado pela chef Pía León, ficou em segundo lugar. A cerimônia aconteceu nesta terça (2), em Antígua, na Guatemala, na primeira vez em que o prêmio regional aconteceu na América Central.
Desde a criação da lista regional, em 2013, endereços peruanos já apareceram dez vezes no topo do ranking. No período, foram destaques casas como Astrid y Gastón, Central e Maido —todos em Lima. Já o argentino Don Julio, localizado em Buenos Aires, chegou ao topo duas vezes—o argentino líder do ranking do ano passado, caiu para 3º lugar.
O Central e o Maido já foram eleitos como os melhores do mundo no 50 Best global e entraram para o grupo Best of the Best (os melhores entre os melhores, em tradução). Por isso, são inelegíveis para novas votações, inclusive na lista latino-americana.
O Tuju foi responsável pela reviravolta da noite entre os brasileiros, que ocupam seis lugares na lista ao todo. A casa comandada por Ivan Ralston, instalada em São Paulo, saiu da 16º posição para se tornar o restaurante brasileiro mais bem colocado na lista deste ano, em 8º lugar —passando o Lasai, do chef Rafa Costa e Silva, que em 2024 estava em 7º lugar, e foi para o 13º.
Em 12º lugar, Nelita, de Tássia Magalhães, pulou 14 posições. Em 2024, o restaurante da melhor chef mulher da América Latina estava na 26ª posição.
Evvai permaneceu no mesmo lugar, 20º. Já A Casa do Porco, de São Paulo, caiu dez posições, indo do 15º para o 25º posto. Em 38º lugar na lista de 2025, o carioca Oteque também caiu 17 degraus.
Dois prêmios especiais da noite vieram para o Brasil: melhor chef mulher, entregue à Tássia Magalhães, do restaurante paulistano Nelita, e melhor confeiteira da América Latina, para Bianca Mirabili, do restaurante Evvai, também em São Paulo.
“Tivemos mudanças nas posições, mas também novas vozes que mostram a força contínua da nossa cena culinária. O Brasil recebe dois dos prêmios especiais mais importantes da noite: Melhor Chef Mulher da América Latina e Melhor Confeiteira. Reconhecimentos que reafirmam o talento e a liderança das nossas profissionais e mulheres”, diz Rosa Moraes, embaixadora de gastronomia e hospitalidade da Ânima Educação e presidente do The World’s 50 Best Restaurants no Brasil.
Além deles, as outras distinções foram: sustentabilidade, para o restaurante Oda, em Bogotá; One to Watch (com potencial de ascensão), para o Ana, da Cidade da Guatemala, na Guatemala; Maximiliano Perez, do El Mercado, em Buenos Aires, é o melhor sommelier da região; melhor hospitalidade, para o peruano Kjolle.
Na premiação da América Latina, 300 jurados —entre chefs, proprietários de restaurantes, jornalistas, críticos e foodies— votam em até seis restaurantes. Pelo menos quatro devem estar fora do país de origem do votante. Caso não tenha viajado ao exterior nos 18 meses anteriores, o jurado deve votar apenas em seis restaurantes nacionais. A lista é enviada em ordem de preferência –ponderação usada para decidir posições se houver empate.
Outros dez endereços do país foram incluídos na lista estendida, divulgada em novembro, que contempla da 51ª à 100ª posição do ranking da América Latina. São eles: Origem (52ª), Kotori (55ª), Metzi (56ª), Oseille (65ª), Maní (67ª), Cepa (73ª), D.O.M. (74ª), Manu (80ª), Notiê (93ª) e Restaurante Manga (99ª).
Do ano passado para cá, seis casas brasileiras se mantiveram entre os 50 melhores restaurantes da América Latina. Em 2024, havia nove endereços do país no ranking gastronômico. Saíram da lista os paulistanos Kotori, Metzi e Maní , que ocupavam os 50º, 27º e 35º lugares, respectivamente.
Veja os melhores restaurantes da América Latina, segundo o 50 Best, a seguir:
1. El Chato (Bogotá, Colômbia)
2. Kjolle (Lima, Peru)
3. Dom Julio (Buenos Aires, Argentina)
4. Mérito (Lima, Peru)
5. Celele (Cartagena, Colômbia)
6. Boragó (Chile, Santiago)
7. Quintonil (Cidade do México, México)
8. Tuju (São Paulo, Brasil)
9. Cosme (Lima, Peru)
10. Nuema (Quito, Equador)
11. Maita (Lima, Peru)
12. Nelita (São Paulo, Brasil)
13. Lasai (Rio de Janeiro, Brasil)
14. Casa Las Cujas (Santiago, Chile)
15. Alcalde (Guadalajara, México)
16. Villa Torél (Ensenada, México)
17. Fauna (Valle de Guadalupe, México)
18. Maito (Cidade do Panamá, Panamá)
19. Sublime (Guatemala, Cidade de Guatemala)
20. Evvai (São Paulo, Brasil)
21. Niño Gordo (Buenos Aires, Argentina)22. Arca (Tulum, México)
23. Leo (Bogotá, Colômbia)
24. El Preferido de Palermo (Buenos Aires. Argentina)
25. A Casa do Porco (São Paulo, Brasil)
26. La Mar (Lima, Peru)27. El Mercado (Buenos Aires, Argentina)
28. Yum Cha (Santiago, Chile)
29. Cordero (Caracas, Venezuela)
30. Máximo (Cidade de México, México)
31. Demo Magnolia (Santiago, Chile)
32. Hunik (Mérida, México)
33. Rafael (Lima, Peru)
34. Afluente (Bogotá, Colômbia)
35. Aramburu (Buenos Aires, Argentina)
36. Trescha (Buenos Aires, Argentina)
37. Diacá (Cidade da Guatemala, Guatemala)
38. Oteque (Rio de Janeiro, Brasil)
39. Rosetta (Cidade de México, México)
40. Crizia (Buenos Aires, Argentina)
41. Humo Negro (Bogotá, Colômbia)
42. Mercado 24 (Cidade de Guatemala, Guatemala)
43. Sikwa (São José, Costa Rica)
44. Osso (Lima, Peru)
45. Karai by Mitsuharu (Santiago, Chile)
46. Manuel (Barranquilla, Colômbia)
47. Cantina Del Tigre (Cidade do Panamá, Panamá)
48. Arami (La Paz, Bolívia)
49. Mil (Moray, Peru)
50. Julia (Buenos Aires, Argentina)
Fonte.:Folha de São Paulo


