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Os ministros de Relações Exteriores dos Estados-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se reúnem na sede da aliança em Bruxelas, na Bélgica, nesta quarta-feira (3/12), após as negociações entre Rússia e Estados Unidos terminarem sem um acordo para colocar fim à guerra na Ucrânia.
Em seu discurso de abertura durante a reunião, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou que a Rússia se prepara para um “confronto de longo prazo” e afirmou que a aliança deve enfrentar “perigos reais e duradouros”.
Moscou está “trabalhando em estreita colaboração” com a China, a Coreia do Norte e o Irã “para desestabilizar nossas sociedades e romper com as regras globais”, disse ele, acusando ainda o governo russo de violar o espaço aéreo da Otan com jatos e drones, realizar sabotagens e usar navios espiões.
Segundo Rutte, os países da organização estão “aumentando seus investimentos em defesa, mas todos precisamos fazer a nossa parte”. Ele afirmou ainda que a Ucrânia “precisa do nosso apoio mais do que nunca”, com a chegada do inverno e a continuidade dos ataques russos.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que sua delegação se prepara para uma reunião com os EUA após o encontro em Bruxelas.

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Na terça-feira (2/12), o presidente russo, Vladimir Putin, e a delegação dos Estados Unidos liderada pelo enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, se reuniram por mais de cinco horas em Moscou.
Após o encontro, o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, afirmou que não se chegou a um acordo sobre um plano para a Ucrânia.
Ele descreveu as conversas como “construtivas”, mas disse que “ainda não chegamos a uma versão de consenso”. “Muito trabalho ainda está por vir”, acrescentou.
Nesta quarta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que “não seria correto” dizer que Putin rejeitou as propostas de paz dos EUA. “Ontem foi a primeira vez que houve uma troca direta de opiniões. Algo foi aceito, algo foi considerado inaceitável. Este é um processo de trabalho normal e uma busca por um consenso”, disse.
Na terça, antes das negociações, Putin afirmou que as mudanças propostas por Kiev e pela Europa ao plano de paz inicial de 28 pontos eram inaceitáveis.
Seu país “não planejava entrar em guerra com a Europa”, disse ele, “mas se a Europa de repente quiser entrar em guerra e começar uma, estamos prontos agora mesmo”.
O plano em discussão foi vazado há cerca de duas semanas. Nele, os EUA apresentaram 28 pontos que, segundo eles, ajudariam a garantir uma paz duradoura entre a Rússia e a Ucrânia.
O documento preliminar propunha, entre outras coisas, o reconhecimento da Crimeia e das regiões de Donetsk e Luhansk como território russo pelos EUA e outros países e a redução do tamanho das forças armadas ucranianas.
A proposta, porém, foi considerada amplamente favorável à Rússia e sofreu diversas alterações nas últimas semanas.
Persistem divergências significativas entre Moscou e Kiev, especialmente quanto à possibilidade de a Ucrânia aceitar renunciar a áreas que ainda administra e quanto ao tipo de garantias de segurança que os países europeus estariam dispostos a fornecer.
Moscou e os parceiros europeus de Kiev também mantêm posições muito distantes em relação ao que consideram ser os termos adequados para um possível acordo de paz.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL


