A criatividade e o compromisso com a sustentabilidade mais uma vez colocaram Mato Grosso no pódio nacional. A equipe ‘Eco Plant’, formada por acadêmicos da Unemat de Tangará da Serra, garantiu o segundo lugar na categoria Ensino Superior da 3ª edição do Desafio Liga Jovem, maior competição nacional estudantil de empreendedorismo de impacto social e ambiental, promovida pelo Sebrae.

Pelo segundo ano consecutivo a equipe é premiada no concurso, que neste ano, a grande final ocorreu em Belém (PA), durante o festival ‘Luz pela Educação’, reunindo 81 equipes de todo o país, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro.

Os alunos mato-grossenses Matheus Costa (Agronomia), Eulália Oliveira (Administração) e Amanda Amorim (Agronomia), orientados pela professora Paula Almeida, apresentaram a evolução do ‘Tubete Ecológico’, criado pela equipe com uma proposta inovadora e sustentável, que vem chamando atenção por oferecer uma alternativa mais ecológica ao uso de plástico na produção de mudas agroindustriais.

“Ser reconhecido novamente, é muito gratificante. Demostra que temos potencial de transformar nossa realidade por meio do fomento à inovação com práticas sustentáveis. Representar meu amado Mato Grosso é sensacional, e que venham os próximos, pois a meta é conquistarmos o 1° lugar e posteriormente e transformar o projeto em uma startup”, celebrou Matheus Costa ao receber a premiação.

O gestor estadual do Programa de Educação Empreendedora do Sebrae/MT, Felipe Tavares, destaca que iniciativas como essas reforçam o papel transformador da educação empreendedora. “A Eco Plant materializa exatamente o que buscamos com o Desafio Liga Jovem: jovens protagonistas, capazes de inovar com propósito e de desenvolver soluções que impactam suas comunidades. Esse resultado mostra a força da ciência aliada ao empreendedorismo”, destacou.

Práticas sustentáveis
A nova versão do projeto dos universitários, totalmente reformulada, consiste em um tubete 100% biodegradável, produzido com matéria orgânica e equipado com uma cápsula de hidrogel desenvolvida a partir do pseudocaule da bananeira. O sistema assegura alta retenção de água e nutrientes, reduzindo custos e tempo de manejo.

O uso de adubos minerais pode ser reduzido em até 80%, além de eliminar a dependência das bandejas plásticas que, ao se desgastarem, liberam partículas tóxicas ao meio ambiente. O resultado é um crescimento mais vigoroso das mudas, inclusive em condições de estresse hídrico — um desafio cada vez mais presente diante das mudanças climáticas.

Além do tubete, a Eco Plant expandiu suas soluções ao desenvolver um aplicativo que promete descomplicar o acesso ao mercado de crédito de carbono. A ferramenta reúne uma calculadora de carbono fixado, sistema de georreferenciamento para validação e um scanner que, por meio da câmera do celular, mensura o carbono sequestrado pela planta.

A equipe também repaginou o nome, que antes era Ecotube, agora passa a ser chamada de Eco Plant, com olhar em novas possibilidades e inovações.

Sobre o Desafio Liga Jovem
O concurso voltado a alunos do 8º ano do Ensino Fundamental até a Educação Superior, desafia os participantes a desenvolverem soluções criativas e de impacto social para problemas da escola ou da comunidade, tendo a tecnologia como aliada (analógica ou digital). Neste ano, o Estado praticamente dobrou o número de inscritos no desafio em relação ao ano anterior, com 1762 trabalhos, superou em quase 96%, os 900 inscritos de 2024.

Ao todo, Mato Grosso levou 14 pessoas, entre alunos e professores, para a grande final em Belém (PA). Além da Unemat, também foram finalistas nacionais os alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Filogônio Corrêa, localizada no Distrito da Guia, que levaram o projeto “Ager Jovens”, projeto de irrigação automatizada de baixo custo e voltado para pequenos produtores da agricultura.

E, na categoria Ensino Fundamental, a Escola Estadual 13 de Maio, da cidade de Porto Esperidião, levou o projeto “Alarme Climático: Tecnologia e Ação para o Bem-estar Escolar”, que é um dispositivo de alerta climático, no qual utiliza a robótica para captar e medir a umidade do ar da escola.