No sentido mais óbvio, incomum significa algo não usual, fora do comum. Mas também pode ser sinônimo de alguma coisa rara.

Desde maio deste ano, está entre nós a Incomum Cervejaria, brewpub em Pinheiros que faz jus ao nome. De cara, ela quer aparecer no apinhado bairro boêmio numa quadra meio sossegada da rua chamada Sumidouro (por onde algo desaparece) —como é a Incomum, está tudo certo.

Com seus tanques de cerveja à vista dos clientes logo na entrada do número 315, a Incomum ocupa três pisos na casa com estilo meio rústico, meio industrial. Acima da fábrica, está o piso principal, no qual está instalado o balcão com 15 torneiras, 12 delas dedicadas às cervejas. A laje da casa funciona como um agradável terceiro piso ao ar livre, aliás, ideal para receber festinhas e pequenas confraternizações neste fim de ano que se aproxima.

Mas é nas torneiras que a Incomum se destaca. Para começar, não tem uma pilsen ou uma IPA mais clássica, estilos, digamos, comuns nesta indústria vital. Em vez disso, a cervejaria sugere a Fest no AP, uma festbier, como cerveja de entrada. É aquele estilo bem comum às Oktoberfests, uma lager mais maltada, fácil de beber, com 5,3% de álcool (R$ 23, a pint).

Entre os destaques, está a Cent Ale, uma roggenbier —estilo histórico da escola alemã e pouco produzido por aqui—, conhecida como a cerveja de centeio (R$ 28, a pint); ou a En Garde, outra que puxa mais para o malte, uma bière de garde de inspiração francesa, com 8,3% de teor alcoólico (R$ 33, a pint).

Os fãs de IPAs não precisam ficar chateados, elas estão lá em diferentes versões. Uma delas é a juicy IPA Não Hayzô (R$ 30); outra é a leve Himalaia, uma rara cold IPA (R$ 28).

A novidade, lançada esses dias, é o hidromel produzido pela casa. A bebida milenar à base de mel —que já apareceu nas tabernas de “Game of Thrones”, “O Senhor dos Anéis” e outros de inspiração medieval— é servida em taças de 150 ml, por R$ 25.

Tudo cortesia da mente e das habilidades do mestre-cervejeiro e proprietário Thomaz Pupo, que também participa como juiz de vários concursos e especializado também em hidromel e sidra. “Ainda quero fazer uma sidra da casa”, avisa o incomum sommelier.

As três torneiras que não estão ocupadas com cervejas (ou hidromel) servem água da casa (gratuita, um mimo sempre apreciado), um refrigerante de receita própria com amora e cupuaçu (R$ 15) e um aperol spritz —porque nem todo mundo precisa ser refém dos lúpulos. O bar também expede outros drinques clássicos, como negroni. Há também opções em lata de cervejas sem álcool, da campineira Sim.

Claro que o cardápio não iria fugir da proposta da casa. Sendo assim, as entradinhas incluem opções como coração de galinha, marinado e grelhado, por R$ 35; Veguioza, um guioza de couve-flor, coco fresco e pasta de amendoim (R$ 33); ou Umami-lanesa, uma milanesa de lombo suíno marinado com cerveja dark sour (R$ 37).

Entre as quatro opções de principais, oferece o frango na cerveja (R$ 42), com coxa e sobrecoxa desossados e purê de cebola caramelizada; e a rabada stout (R$ 55), com polenta cremosa. Para a saideira, a dica é o birramisù (R$ 39), com mascarpone, café, cerveja stout e cacau. Um tiramisù incomum.

Incomum Cervejaria

R. Sumidouro, 315, Pinheiros, região oeste, tel.: (11) 95555-5380, @incomumcervejaria. Ter. a sex.: 17h às 23h; sáb.: 13h às 23h

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