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6 de dezembro de 2025

Livro conta como palimpsesto que continha escritos de Arquimedes foi recuperado – 06/12/2025 – Hélio Schwartsman

Livro conta como palimpsesto que continha escritos de Arquimedes foi recuperado – 06/12/2025 – Hélio Schwartsman

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Todo mundo conhece a anedota segundo a qual Arquimedes (287-212 a.C.) teria saído correndo pelado da banheira gritando “heureca!” depois de ter vislumbrado um método para descobrir se a coroa do rei era mesmo feita de ouro. Bem, essa história é falsa, inventada por Vitrúvio ou alguma fonte anterior. Mas existe uma história envolvendo Arquimedes que é verdadeira e muito melhor.

Ela é contada por Reviel Netz e William Noel em “Códex Arquimedes”. Não é um livro novo. É de 2007, mas me passara despercebido. Agradeço ao Marcos Lisboa por ter me indicado a obra.

É uma história que envolve manuscritos antigos, mistérios modernos, avanços tecnológicos e fundamentos da matemática. A ação tem início num leilão da Christie’s em 1998. À primeira vista, era um livro de orações da Idade Média em péssimo estado de conservação. Sabia-se, porém, que se tratava de um palimpsesto. Sob as rezas, o pergaminho trazia escritos de Arquimedes quase apagados. A peça foi arrematada por US$ 2 milhões “por um bilionário do vale do Silício que não era Bill Gates”.

O bilionário permanece anônimo até hoje. Diz-se que seria Jeff Bezos. Seja quem for, ele confiou o pergaminho ao Museu de Arte Walters, de Baltimore, e se dispôs a financiar o que fosse necessário para desvendar os segredos do palimpsesto e disponibilizá-los ao público.

É aí que começa o livro propriamente dito. Noel, um especialista em manuscritos medievais, reuniu e liderou as várias equipes que trabalharam no pergaminho. Ele escreveu os capítulos que tratam das origens do códex, suas aparições e desaparições ao longo da história e das técnicas desenvolvidas para recuperar os textos.

Netz é um helenista especializado em matemática antiga. Ele escreve os capítulos relativos ao conteúdo científico dos manuscritos. E é aí que entra o momento “heureca”. Um texto até então desconhecido de Arquimedes mostra que esse matemático grego domesticou o infinito e praticamente desenvolveu o cálculo quase 2.000 anos antes de Newton e Leibniz.


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Fonte.:Folha de S.Paulo

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