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8 de dezembro de 2025

Japão acusa China de direcionar radares para aviões – 07/12/2025 – Mundo

Japão acusa China de direcionar radares para aviões – 07/12/2025 – Mundo

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O Japão acusou a China de apontar radares para rastrear aeronaves militares japonesas em “dois incidentes perigosos”, no mais novo episódio da grave crise diplomática entre os dois países asiáticos, deflagrada após comentários da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan. O regime chinês contesta a acusação.

“Iluminar” uma aeronave com um radar significa apontar o localizador diretamente para um determinado alvo. A ação é um passo operacionalmente mais agressivo do que simplesmente detectar algo no rastreador, e é praticado por exemplo por defesas aéreas e ataques a mísseis guiados que precisam da determinação de localização contínua do alvo para executar suas funções. Ou seja, o direcionamento pode ser interpretado como uma ameaça ou movimento de hostilidade ativo.

Os japoneses não revelaram se os rivais travaram a mira em suas aeronaves nem qual foi a reação de suas próprias Forças Armadas à ação.

“Essas iluminações de radares são perigosas e vão muito além do que é necessário para garantir um voo seguro para as aeronaves”, declarou Takaichi sobre o ocorrido. Ela acrescentou que enviou uma contestação formal à China.

Na versão de Pequim, os aviões japoneses se aproximaram rapidamente e atrapalharam um treinamento da Marinha chinesa que acontecia no local, o que teria causado a reação.

O porta-voz militar chinês, coronel Wang Xuemeng, afirmou que havia notificado os vizinhos de que a preparação aconteceria no leste do estreito de Miyako, próximo às ilhas mais ao sul do arquipélago japonês, estas, por sua vez, próximas de Taiwan.

“Exigimos solenemente que o lado japonês cesse imediatamente as difamações e atue com rigor para conter as ações na linha de frente”, disse Wang. “A Marinha chinesa adotará as medidas necessárias, de acordo com a lei, para proteger de forma resoluta sua própria segurança e seus direitos e interesses legítimos.”

Segundo a agência Reuters, citando quatro fontes e relatórios de inteligência, Pequim tem mobilizado dezenas de embarcações a leste do país nos últimos dias, quantidade que ultrapassou cem navios em dado momento.

Em 2013, o Japão afirmou que um navio de guerra chinês travou o radar em um de seus navios militares no mar da China Oriental. Três anos depois, Pequim acusou caças japoneses de fazerem o mesmo contra aeronaves chinesas. Em junho, o Japão disse que jatos chineses voaram de forma perigosamente próxima a uma de suas aeronaves de patrulha perto de Okinawa.

O incidente ocorre em momento crítico nas relações bilaterais, historicamente conflituosas. O incidente aéreo é o mais grave em anos e ameaça acirrar tensões já elevadas pela relativas à disputa sobre a soberania de Taiwan.

A China afirma que a ilha de Taiwan, comanda por gestão autônoma separada de Pequim, é parte de seu território e amplificou a pressão militar e diplomática sobre a ilha.

Os Estados Unidos apoiam Taiwan e resistem aos planos da China, embora não tenham relações diplomáticas formais com a ilha e mantenham um política antiga de ambiguidade sobr a questão. O Japão abriga a maior base militar americana fora dos EUA, a apenas 110 km de Taiwan.

O embaixador americano no Japão, George Glass, expressou publicamente o apoio aos japoneses em diversas publicações nas redes sociais desde o começo da escalada das tensões diplomáticas. Contudo, o presidente Donald Trump e outros oficiais de Washington se mantêm afastados da briga.

A Casa Branca declarou em documento com atualizações de sua política de segurança, publicado na sexta-feira (5), que está prevenindo conflitos com Pequim sobre Taiwan e o mar do Sul da China. O presidente americano pretende visitar o líder chinês, Xi Jinping, para discutir questões comerciais no ano que vem, e telefonou para Takaichi pedindo que ela não agrave a disputa, segundo fontes relataram à Reuters.

A ligação antecedeu uma conversa entre Trump e Xi. O líder chinês disse ao americano que o retorno de Taiwan para a China é um tema central para a visão de Pequim sobre a ordem mundial, de acordo com o relatado pela agência de notícias estatal Xinhua.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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