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10 de dezembro de 2025

Café, Natal e os rituais cafeinados no Brasil e Costa Rica – 10/12/2025 – Café na Prensa

Café, Natal e os rituais cafeinados no Brasil e Costa Rica – 10/12/2025 – Café na Prensa

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Este ano tive a oportunidade de conhecer um pouco da cultura cafeeira da Costa Rica e me impressionei com a semelhança dos hábitos costa-riquenhos e brasileiros em torno do café.

(Se o leitor me permite a sugestão, a canção “Háblame”, da cantora costa-riquenha María Pretiz, vai bem com esta leitura. Explico adiante.)

Lá, a bebida também tem caráter fortemente social. Configura desfeita recusar um cafezinho ao chegar à casa de alguém. “Se você não gosta de café, minta”, brinca a guia que me levava à fazenda Alsacia.

Faço aqui um parênteses para explicar o que me levou à Costa Rica. A fazenda Alsacia fica próxima da capital San José. É lá que funciona o centro global de pesquisa e desenvolvimento agronômico da Starbucks. A convite da empresa, conheci a coleção genética de quase 200 variedades de café arábica que eles plantam por lá. É um tipo de laboratório a céu aberto. Não se compara, claro, ao banco genético ímpar que temos aqui no IAC (Instituto Agronômico), em Campinas (SP). Também pudera. A instituição brasileira tem mais de 130 anos. A fazenda Alsacia foi comprada pelo Starbucks para abrigar seu centro de pesquisas em 2013.

De volta ao papel do café na vida dos costa-riquenhos, a bebida faz parte do cotidiano desde antes do nascer do sol até o fim do dia. Mais do que um dos principais motores da economia do país, ele evoca memórias afetivas e embala conversas entre amigos e famílias. Tal qual no Brasil.

Certo dia, ao ler o La Nación, principal diário do país, vejo na seção de cartas dos leitores uma mensagem que poderia ter sido escrita por um brasileiro, tamanha a semelhança com nossa realidade.

Diz o leitor Julio Vindas Rodríguez, do cantão de San Pablo, na província de Heredia: “Raramente refletimos sobre o ritual sutil que se desenrola em torno de uma simples xícara de café, seja apreciada sozinho ou em companhia: memórias de avós, um café da manhã em família, a evocação de conversas em plantações de café, aromas natalinos, saudade da terra natal, bate-papo descontraído, confissões dolorosas, encontros românticos.”

“É incrível o que essa bebida pode representar: renovar conexões, exaltar a alegria, curar feridas, fomentar o perdão”, prossegue o leitor.

Por fim, cita a canção “Háblame”, da cantora María Pretiz: “Fale comigo sobre o tempo / sobre tardes de chuvas intermináveis / como aqueles sonhos / entre xícaras de café.”

Assim, o leitor costa-riquenho propõe um brinde. “Neste Natal que se aproxima”, escreve ele, “levanto minha xícara e brindo ao nosso grão dourado”.

Daqui da São Paulo brasileira, ergo minha xícara de volta e brindo ao leitor da Costa Rica, aos do Brasil e do mundo inteiro, para que tenhamos um Natal cheio das boas memórias que o café é capaz de evocar. Saúde!

Para o período natalino, recomendo um café com torra média e boa acidez para acompanhar os panetones. A fatia do doce fica ainda melhor se aplicar uma fina camada de manteiga com sal e colocar por 1 minuto em uma frigideira –ou chapa– bem quente.

A Dulca, confeitaria paulistana com quase 75 anos de história, passa por grande transformação após a entrada de novos sócios. Rebatizada como Dulca Caffè, a marca modernizou o cardápio, mas mantém clássicos como os sonhos, os éclairs, os mil-folhas e as tortas.


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Fonte.:Folha de São Paulo

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