
O verba do gabinete da vice-prefeita de Cuiabá, coronel Vânia (Novo), foi esvaziado na versão final da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 enviada pelo prefeito Abilio Brunini (PL) à Câmara Municipal. Em 2025, a vice-prefeitura contou com R$ 3.847.364,00.
No primeiro projeto da LOA 2026, Abilio havia mantido uma estrutura reduzida, com previsão de R$ 3.339.741,00. No entanto, no substitutivo mais recente enviado ao Legislativo, o gabinete simplesmente desaparece da peça orçamentária, sem qualquer valor destinado ao funcionamento do cargo.
Exonerada da segunda pasta que comandava em agosto, a Secretaria de Mobilidade Urbana, Vânia chegou a anunciar anteriormente que se movimentava para reativar a estrutura da vice-prefeitura, extinta desde 2020, para garantir autonomia dentro da administração municipal.
Diante disso, a retirada completa de recursos gerou reação imediata na Câmara. A vereadora Maysa Leão (Republicanos) criticou o que chamou de tentativa explícita de isolamento da vice-prefeita, apontando que a ausência de orçamento inviabiliza qualquer atividade institucional.
“Como mulher, não posso deixar passar isso, ele esvaziou totalmente a verba da vice-prefeitura”, declarou. Ela argumenta que a situação coloca a vice-prefeita em posição de absoluta dependência administrativa: “Ou seja, a vice-prefeita vai ter onde sentar? Ela vai poder pegar um café? Ela vai ter alguma assessoria? Ela vai ter condições de trabalhar?”
Maysa também lembrou que Vânia foi eleita na mesma chapa que Abilio e figurou como peça central na campanha. “Ela foi eleita junto com ele com a narrativa de que estaria na gestão, de que faria a gestão junto com ele, de mãos dadas. Todo material de campanha do prefeito Abilio Brunini foi com a vice-prefeita Vânia ao lado dele”, prosseguiu.
Segundo a vereadora, o corte total de recursos, somado ao decreto que impede a vice-prefeita de representar o município em eventos, revela uma estratégia deliberada de esvaziamento político. “Hoje ela foi destinada a não trabalhar, silenciada por um decreto que a proíbe de representar a prefeitura e agora silenciada pela falta de orçamento”, completou.
Fonte Jornal de Mato Grosso


