12:17 PM
16 de dezembro de 2025

Anvisa aprova Wegovy para o tratamento de gordura no fígado

Anvisa aprova Wegovy para o tratamento de gordura no fígado

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou a indicação da semaglutida 2,4 mg (conhecida como Wegovy) para o tratamento da esteatose hepática e da fibrose hepática — uma doença silenciosa que hoje afeta milhões de brasileiros. Essa decisão representa um marco no cuidado da saúde metabólica no Brasil.

Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration) já havia concedido aprovação acelerada à semaglutida (Wegovy®) para o tratamento da esteato-hepatite metabólica associada à disfunção metabólica com fibrose moderada a avançada em adultos, a primeira terapia desse tipo indicada para essa condição hepática.

Além do fígado, a semaglutida já é utilizada com benefícios em diversas comorbidades da pessoa que possui excesso de gordura no fígado, como obesidade e controle de peso, diabetes tipo 2, redução do risco de eventos cardiovasculares, doença renal crônica etc.

Ou seja: a semaglutida não age apenas no fígado — ela impacta todo o perfil cardiometabólico, ajudando a tratar e prevenir doenças que estão interligadas no chamado sistema metabólico.

O que mostrou o estudo

O estudo clínico ESSENCE foi um grande ensaio internacional que avaliou a eficácia da semaglutida 2,4 mg em adultos com esteato-hepatite metabólica e fibrose hepática moderada a avançada. Participaram do estudo pacientes com obesidade, diabetes tipo 2 ou outras alterações metabólicas — exatamente o perfil mais comum na prática clínica.

Os resultados mostraram que uma proporção significativa dos pacientes tratados com semaglutida apresentou resolução da inflamação hepática (esteato-hepatite) e redução da fibrose, ou seja, melhora das cicatrizes no fígado.

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Esses achados reforçam o potencial da semaglutida como terapia modificadora da doença, algo inédito até pouco tempo atrás no tratamento das doenças hepáticas metabólicas.

Isso é importante porque as doenças do fígado, como esteatose hepática e fibrose, estão crescendo rapidamente em todo o mundo, muitas vezes sem sintomas até que já estejam em estágios avançados.

Na prática, a gordura acumulada no fígado, especialmente quando associada à inflamação e às cicatrizes, pode progredir para cirrose ou câncer hepático se não for detectada e tratada cedo.

+Leia também: Já olhou para o seu fígado?

Precisamos de rastreamento ativo no Brasil

Para identificar pessoas em risco antes que seja tarde demais, especialistas apontam a necessidade de aumentar o rastreamento no Brasil com exames acessíveis como:

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  • Elastografia hepática — um exame de imagem que mede a rigidez do fígado, ajudando a identificar a fibrose sem necessidade de biópsia;
  • Cálculo do FIB 4 — uma conta simples que usa TGO, TGP, plaquetas e idade para estimar o risco de cicatrizes no fígado. Esse cálculo pode ser feito com exames de sangue de rotina e já indica quem deve ser investigado com exames mais específicos.

Essas ferramentas ajudam a identificar precocemente pacientes com risco de complicações hepáticas — algo especialmente importante porque a doença muitas vezes é silenciosa e ignorada até fases avançadas.

Tratamento exige abordagem integrada

Apesar do avanço representado pela aprovação da semaglutida, é fundamental reforçar: nenhum tratamento funciona isoladamente.

O sucesso no cuidado da esteatose e da fibrose hepática depende da associação com hábitos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do peso corporal e acompanhamento médico contínuo.

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Além disso, o rastreamento adequado, especialmente em pessoas com obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica, é essencial para diagnosticar precocemente e evitar complicações graves.

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Fonte.:Saúde Abril

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