O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, reafirmou nesta quarta-feira (17) o apoio de Pequim ao regime de Nicolás Maduro em ligação telefônica com seu homólogo venezuelano, Yván Gil.
O chanceler chinês classificou a relação entre os dois países como uma “tradição de confiança mútua” e disparou críticas ao que chamou de “bullying unilateral” exercido por potências externas, em um movimento que solidifica o eixo de resistência às sanções de Washington.
Wang também afirmou que apoia a defesa da soberania e da dignidade nacional, além de se opor ao unilateralismo, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores em Pequim.
A conversa, realizada a pedido de Caracas, ocorre em um momento de asfixia diplomática e econômica sobre a Venezuela. O governo de Donald Trump tem promovido um cerco militar contra o país sob as justificativas de segurança nacional, combate ao narcotráfico e reparação econômica.
Como parte da pressão americana, Washington tem atacado, desde o início de setembro, barcos no Pacífico supostamente ligados ao tráfico de drogas. Os ataques são acompanhados de grande mobilização militar próxima à Venezuela e, agora, de um bloqueio de petroleiros alvo de sanções dos EUA ao redor da nação caribenha.
China, terra do meio
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Na conversa por telefone, Wang enfatizou que a Venezuela tem o “direito de desenvolver de forma independente a cooperação mutuamente benéfica com outros países”. “A China acredita que a comunidade internacional compreende e apoia a posição da Venezuela na defesa de seus direitos e interesses legítimos”, diz o comunicado da chancelaria.
As falas são uma defesa direta dos interesses comerciais de Pequim, que permanece como o principal comprador do petróleo venezuelano, apesar das restrições americanas. Do lado venezuelano, Gil relatou a Wang que o governo de Maduro “não aceitará ameaças de qualquer força hegemônica”, buscando no gigante asiático o lastro político necessário para enfrentar a escalada militar no Caribe.
A posição de Pequim também reflete a estratégia doméstica de desafiar a hegemonia do dólar e as sanções de Washington.
Fonte.:Folha de S.Paulo


