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26 de dezembro de 2025

Como será o esporte brasileiro em 2026? – 26/12/2025 – Marina Izidro

Como será o esporte brasileiro em 2026? – 26/12/2025 – Marina Izidro

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Se você gosta de assistir aos Jogos Olímpicos de Inverno, pode ser que o que te atraia sejam as paisagens deslumbrantes com neve. A radicalidade e a plasticidade de esportes como o snowboard. A leveza e a graça da patinação artística. As “vassourinhas” do curling também fazem sucesso.

Desta vez, recomendo ver as Olimpíadas com ainda mais atenção. Pela primeira vez, o Brasil tem possibilidades reais de medalha. Por enquanto, as chances desse pódio inédito são com Lucas Pinheiro Braathen, no esqui alpino, e Nicole Silveira, no skeleton.

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno, a partir de 6 de fevereiro, são o primeiro grande evento esportivo de 2026. Não faltarão oportunidades para acompanhar outros atletas brasileiros.

Que ano teve o tenista João Fonseca. Começou 2025 em 145º no ranking mundial e termina em 24º. O título do ATP 500 da Basileia em outubro foi a cereja do bolo para o jovem de 19 anos. No feminino, torço para que Bia Haddad Maia volte à sua melhor forma.

No tênis de mesa, Hugo Calderano tornou-se o primeiro atleta de fora da Ásia ou Europa a disputar uma final de Mundial. A prata nesse torneio, que só fica atrás das Olimpíadas em importância, e o atual 3º lugar no ranking mundial o consolidam na modalidade.

No surfe, nosso país segue voando. Yago Dora é o mais recente campeão mundial da WSL (Liga Mundial de Surfe). Pela oitava vez em 11 anos, o título ficou com um brasileiro.

E que japonesas e australianas, que nada. Rayssa Leal é a dona do título do principal circuito mundial de skate street desse ano. Medalhista olímpica em Tóquio-2021 e Paris-2024, a brasileira de 17 anos é uma das skatistas mais admiradas mundo afora. Considero a inclusão do surfe e do skate no programa olímpico grandes acertos do COI (Comitê Olímpico Internacional).

Claro, em junho tem a Copa do Mundo de superlativos —em três países, Estados Unidos, Canadá e México, e com 48 seleções. Se Donald Trump deixar, as manchetes esportivas dominarão as de política.

A seleção brasileira não poderia estar em melhores mãos. O Brasil mudou de cara desde a chegada de Carlo Ancelotti. Está mais seguro defensivamente e confiante no ataque. Reparou que já faz um tempo que a camisa amarela não é associada a algo político? A última convocação do italiano será em março. Em maio, sai a lista final. O Brasil não é tão favorito quanto Espanha, França, Argentina, mas está mais perto da briga pelo título, que não vem há 24 anos.

Em um mundo polarizado e imediatista, com redes sociais que viraram um esgoto de opiniões vazias e ignorantes, torço para que, em 2026, possamos exercitar a paciência e o respeito ao outro. Falando de esporte e de como tratamos nossos atletas, que as pessoas consigam entender que é justamente o imponderável que deixa tudo mais emocionante e que existe um adversário do outro lado que pode estar mais bem preparado do que o competidor para quem a gente torce.

Também desejo que, no ano que vem, jornalistas mulheres possam simplesmente exercer seu trabalho sem ameaça de ataques verbais ou físicos. Que dirigentes esportivos e treinadores honrem o cargo que ocupem e pensem antes de falar absurdos. Nada como o início de um novo ano para renovar meu otimismo na humanidade.

Feliz 2026.


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Fonte.:Folha de S.Paulo

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