
A pericardite é uma inflamação na membrana que envolve o coração: o pericárdio. É um tecido que cobre quase toda a superfície do órgão. O pericárdio é o responsável por manter o coração na posição correta, impedir que ele se encha de muito sangue e o proteger contra danos.
Mas em caso de inflamação, vários problemas podem surgir no coração. As causas da pericardite são diversas, e os principais sintomas são dor e febre, mas podem aparecer sinais mais graves, como hipotensão, choque ou edema pulmonar.
Investigar a origem da pericardite ajuda a confirmar o diagnóstico a partir dos sintomas e a definir o melhor curso de tratamento.
Entendendo as causas
Para entender as causas da pericardite, deve-se ter em mente que existem três tipos de doença: a pericardite aguda, a subaguda e a crônica. Cada tipo tem diferentes causas, que podem ser infecciosas ou não.
No caso da pericardite aguda, várias condições podem ser as responsáveis por desencadear a inflamação: a leptospirose, a tuberculose ou outras síndromes bacterianas e virais (como a influenza e a covid-19), ou ainda quadros fúngicos e parasitários.
A pericardite ainda pode ser resultado de infarto do miocárdio, pneumonia, embolia pulmonar, gota, escorbuto e de alguns tipos de câncer, como os de mama, pulmão, e a leucemia. Traumas também podem facilitar o desenvolvimento da inflamação. É o caso de perfurações ou traumas durante cirurgias.
Pessoas que vivem com o vírus HIV também possuem maior risco de desenvolver a pericardite como consequência de outras doenças. Isso acontece nos casos de de linfoma, sarcoma de Kaposi (câncer de pele raro causado por infecção pelo herpesvírus humano tipo 8) ou certas infecções. Porém, o risco pode ser diminuído com a terapia antirretroviral.
Quando a pericardite reaparece, ela pode se tornar subaguda ou crônica. Chama-se de pericardite subaguda o prolongamento da pericardite aguda, que pode causar sintomas dias ou semanas após a recuperação da doença. Já a pericardite crônica é a pericardite persistente por mais de seis meses.
Sintomas
Normalmente, a primeira evidência da pericardite é o tamponamento: o líquido exerce pressão no pericárdio e interfere na capacidade do coração bombear sangue para o corpo, o que pode causar choque ou edema pulmonar, além de pressão baixa.
A pericardite ainda provoca dor no peito, febre e falta de ar. Um sinal típico da doença é atrito: ao auscultar o coração estetoscópio, o som parece com aquele ouvido ao arranhar algo, devido ao atrito entre as camadas inflamadas do tecido. Taquicardia, palpitações e tosse persistente estão também entre os sintomas da doença.
A dor é semelhante à de uma isquemia: vaga ou lancinante, que irradia para o pescoço e ombros. Porém, diferente da isquemia comum, ela é agravada com movimentação, tosse, respiração ou deglutição.
Porém, é preciso ter em mente que outros sintomas podem surgir conforme a evolução da pericardite e a depender de cada quadro. É o exemplo do acúmulo de líquido entre as membranas – chamado derrame pericárdico. Disso, pode resultar em falta de ar, vertigens, desmaios, e o sangue precisa ser drenado.
Fruto da pericardite, pode ocorrer a constrição – condição em há fibrose ou calcificação daquela membrana –, que normalmente não desencadeia sintomas, mas pode aumentar a pressão cardíaca e causar congestão das veias do coração.
Os sintomas e causas da pericardite variam bastante. A doença pode até ficar assintomática por algunas meses. Por isso, frente a qualquer sinal de dor na região, o ideal é marcar uma consulta com um médico de confiança.
Tratamentos
Os tratamentos da pericardite envolvem, normalmente, anti-inflamatórios e corticoides para a dor, mas podem incluir outras intervenções conforme os sintomas que a doença apresentar.
No caso de tamponamento e derrames, deve-se drenar o líquido. Também pode ser necessário aplicar medicamentos intrapericárdicos ou até fazer cirurgia para remover o pericárdio parcial ou totalmente, em casos de constrição.
Como a pericardite costuma ser causada por outras doenças, é importante diagnosticar a causa de origem para também tratá-la. Os medicamentos podem ter eficácia variada a depender da causa, por isso, a investigação junto a um médico é essencial.
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Fonte.:Saúde Abril


