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29 de dezembro de 2025

A palavra final dos nutricionistas sobre 12 comidas e bebidas de praia

A palavra final dos nutricionistas sobre 12 comidas e bebidas de praia

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Vem chegando o verão e, com ele, aqueles dias felizes na praia. Quando a fome e a sede batem à beira-mar, opção não falta. Mas nem tudo cai bem, seja pelos ingredientes, seja pelo risco de contaminação.

Saiba o que os experts recomendam em matéria de comida de praia, entre opções consumidas em diversos estados brasileiros:

Milho cozido

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(Dercílio (milho), fcafotodigital/Getty Images (areia) e Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal verde. Liberado até se estiver de dieta.

Popular de norte a sul, ele é um dos símbolos de um petisco saudável. Seus grãos dourados revelam a presença de carotenoides, pigmentos de ação antioxidante, com destaque para a zeaxantina e a luteína, aliadas da saúde ocular.

Como todo cereal, o milho entrega carboidrato. “É rico em polissacarídeos, que fornecem energia de forma gradual”, diz a nutricionista Renata Juliana da Silva, professora da Etec Uirapuru/Centro Paula Souza, em São Paulo.

Também é fonte de vitaminas do complexo B e minerais como magnésio, um mix que contribui para o humor. Mas toda a alegria vai por água abaixo se estiver contaminado. Bactérias como salmonela e E. coli, por trás de diarreia e outras chateações, proliferam na falta de higiene. “O vendedor deve manipular o alimento com pinças ou luvas”, ressalta Silva.

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E muita atenção à limpeza, tanto dos utensílios quanto da água. Outro conselho de mestre: não exagere na manteiga nem no sal.

Água de coco

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(fcafotodigital/Getty Images (areia), Alfredo Franco (coco), Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal verde. Boa para hidratar!

Ícone das férias de verão, o coco se diferencia de outras frutas porque acumula líquido livremente, não preso às fibras do alimento. Sorte a nossa, pois basta espetar o canudo e se refrescar. “Sua água contém eletrólitos como potássio, sódio e magnésio, que ajudam na hidratação”, elogia a professora da Etec. Reposição sob medida no calorão.

Ao comprar, Silva recomenda checar se o fruto está íntegro, sem rachaduras, o que abre brechas à fermentação e à contaminação. “Também vale prestar atenção nas condições sanitárias do estabelecimento e em utensílios como o facão”, orienta a cardiologista Cristiane Zambolim, do Pronto-Atendimento do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.

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É que a contaminação cruzada provoca desarranjos gastrointestinais que inclusive podem levar à desidratação — sobretudo entre crianças e idosos. Aí, dá-lhe água de coco (de boa qualidade) para contornar.

Queijo coalho

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(Alfredo Franco (queijo), fcafotodigital/Getty Images (areia), Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal amarelo. Moderação por causa do sódio.

A receita é nordestina, mas ganhou o país e faz sucesso em todo o litoral brasileiro. “Esse queijo é fonte de proteína, cálcio e fósforo, essenciais aos ossos e músculos”, destaca a professora Renata. Mas tem um porém. “Ele é rico em sódio, o que pede moderação no consumo”, diz a nutricionista.

Sua consistência permite que seja grelhado e vendido no espeto. Mas, ainda que o calor do fogo ajude a torrar micro-organismos indesejáveis, convém manter olho vivo nas condições higiênicas. “Observe se o queijo é mantido refrigerado até o momento de assar, se o vendedor transporta em isopor com gelo, se as mãos e a grelha estão limpas”, ensina Silva.

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Um recado que também se aplica ao manuseio em casa. Isso porque temperaturas inadequadas favorecem a multiplicação de bactérias nocivas. “E, na praia, a exposição ao sol eleva o risco de uma intoxicação alimentar aguda”, comenta a especialista.

Peixe frito

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(Justin Ong/ Getty Images (peixe), fcafotodigital/Getty Images (areia), Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal amarelo. Atenção ao óleo reutilizado.

Pescada, porquinho e manjuba são algumas delícias que aparecem na forma de frituras e iscas empanadas, acompanhadas de limão ou molho tártaro. “Peixes, em geral, são fontes de proteína de alto valor biológico”, já elogia a nutricionista Tarcila Campos, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Somam-se aí minerais, vitaminas e, dependendo da espécie, gorduras da melhor qualidade. Acontece que, com a fritura, a receita fica mais calórica e gorda — algo problemático se virar rotina.

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Além de cautela com a origem e o acondicionamento dos pescados, um ponto de atenção envolve o modo de preparo. A cor do óleo deve ser amarelada e clarinha. Tons escuros e avermelhados e presença de fumaça sinalizam a oxidação e a formação de moléculas que deixam um rastro rançoso e prejudicam nossas células depois. Aí nenhum peixe se salva.

+Leia também: Relatório revela problemas na produção de peixes no Brasil

Mariscos

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(Pedro Rubens (ostra), fcafotodigital/Getty Images (areia), Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal amarelo. Cuidado com a procedência.

Da turma dos moluscos envolvidos em conchas, destacam-se mexilhões, vieiras, vôngoles e ostras, que desfilam sabores e esbanjam nutrientes. A ostra carrega, ainda, a fama de afrodisíaca. Embora não exista comprovação, a lenda teria surgido devido aos altos teores de zinco, mineral que, entre vários atributos, participa da formação dos espermatozoides.

Enquanto tem gente que gosta dela crua, apenas com gotas de limão, os mariscos são apreciados em receitas de vinagrete, risotos, massas e ao vapor. O cuidado com a procedência e o frescor é imperativo. “Mesmo nas receitas que passam por cozimento, é fundamental conhecer onde se compra”, reforça Campos.

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Procure quadros com avisos da vigilância sanitária, entre outros órgãos de fiscalização. Como os moluscos filtram a água, quando vivem em mares contaminados, tendem a acumular mais toxinas e micróbios. Então já sabe…

Caldinhos

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(Estúdio Conceito/Getty Images (caldinho), fcafotodigital/Getty Images (areia) e Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal verde. O típico leva peixe.

Mesmo em meio ao calor da praia, e servidos quentes, eles são famosos por aumentar a disposição e dar aquela revigorada, inclusive aplacando a ressaca. “O de feijão está cheio de proteína, ferro, fibras e outras riquezas nutricionais”, destaca a nutricionista do Oswaldo Cruz. “Mas, nas praias nordestinas, os peixes são a matéria-prima principal”, comenta. Robalo, badejo e pescada costumam ser utilizados pela consistência mais firme da carne, e as receitas podem levar ainda azeite de dendê e leite de coco.

Como a mistura pode azedar, a dica é evitar o consumo no fim do dia, principalmente se desconfiar que os preparos permaneceram horas esquentando na panela do quiosque ou na garrafa térmica dos ambulantes sob o sol. Quanto maior o tempo em más condições, maior o risco de contaminação microbiana. Ou seja, o mesmo cuidado é bem-vindo se levar o caldo de casa.

Mate gelado

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(Srinophan6/Getty Images (mate), fcafotodigital/Getty Images (areia), Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal vermelho. Há versões lotadas de açúcar.

A bebida acompanhada de biscoito de polvilho é unanimidade nas praias cariocas.

Feita com a erva-mate (Ilex paraguariensis), planta nativa da América do Sul e festejada por povos originários como os guaranis há séculos, reúne um monte de substâncias de efeito estimulante, incluindo a cafeína. “Por isso, o consumo em excesso pode trazer alguns efeitos indesejados, caso de palpitações, irritabilidade e dificuldade para dormir”, avisa a especialista em nutrição comportamental Renata Farrielo, de São Paulo.

Dentro do equilíbrio, no entanto, o mate gelado auxilia na hidratação. “O problema é que algumas dessas bebidas vendidas na praia são muito açucaradas”, nota a nutricionista. O melhor, nesse caso, é pedir sem açúcar e adoçar por conta. Outra recomendação é observar com atenção se o recipiente e demais utensílios estão limpos, bem como se o copo descartável está armazenado corretamente.

Acarajé

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(vtupinamba/Getty Images (acarajé), fcafotodigital/Getty Images (areia) e Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal amarelo. Vá com calma na pimenta.

Seu nome vem do iorubá e significa “comer bola de fogo”. Isso tem tudo a ver com o formato do quitute e sua coloração avermelhada, mas também poderia ter alguma relação com a pimenta que aparece em receitas do molho.

De origem africana, é dos mais frequentes nos tabuleiros e nas praias baianas. “A massa é preparada à base de feijão-fradinho, alimento que oferece proteína, fibras, entre outros nutrientes”, comenta Campos.

Os recheios variam: há desde os tradicionais, caso do vatapá, feito de caldo de peixe, leite de coco e pão, e do caruru, que leva quiabo, até versões com vinagrete. Um eterno coadjuvante é o camarão seco.

Como o acarajé é frito em óleo de dendê, recomenda-se evitar excessos que podem pesar a digestão e contribuir para a indisposição. De novo: prefira o quitute frito na hora e priorize estabelecimentos que renovem o tacho de azeite.

Sanduíche natural

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(Alex Silva (sanduíche), fcafotodigital/Getty Images (areia) e Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal verde. Ótima pedida se estiver refrigerado.

“Prático, refrescante e, quando bem-feito, é uma opção de refeição completa com todos os grupos alimentares”, tece elogios Renata Farrielo. Significa que pode oferecer proteína, carboidrato, gordura, vitaminas, minerais e fibras.

A nutricionista, que também é chef de cozinha, dá exemplos de boas combinações: pão integral, frango desfiado com iogurte e mostarda, mussarela, rúcula e tomate; ou pão integral, atum com coalhada seca e azeitona, abobrinha e alface.

Lembrando que, depois de prontos, os lanches devem ser transportados em bolsa térmica com gelo. Farrielo recomenda cautela com as caixas de isopor. “O ideal é que elas tenham gelo, e mesmo assim vale verificar se está gelado o suficiente lá dentro.”

Se for adquirir de um ambulante ou quiosque, dê uma checada nas condições de refrigeração e no visual dos produtos. “Pães úmidos demais ou recheios escurecidos são sinais de alerta”, diz a nutricionista.

Sorvetes

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(fcafotodigital/Getty Images (areia), Alfredo Franco (picolé) e Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Liberado, mas prefira os de fruta.

Vai um picolé? Um gelinho? Ou um potinho de massa mesmo? Poucos alimentos refrescam e adoçam a vida como eles. “Sorvetes são fontes de carboidratos simples, o que significa que fornecem energia rápida”, diz a professora Renata Silva.

O problema é que tanta doçura cobra um preço se a gente abusar. É por isso que os especialistas sugerem optar pelos produtos mais naturais e feitos de frutas. Mas não basta olhar a lista de ingredientes no rótulo. “Na hora da compra, observe se eles estão completamente congelados, se a embalagem está íntegra e se a caixa térmica ou carrinho estão limpos”, indica a nutricionista.

A aparência não engana: picolés pegajosos, tortos ou cheios de cristais de gelo indicam que podem ter sido congelados e recongelados, um processo que derruba a qualidade e aumenta o risco de contaminações. Sobre os gelinhos ou sacolés, mais caseiros, certifique-se da receita e de quando foram feitos.

+Leia também: Sorvete caseiro em alta: veja 4 receitas para todos os gostos

Camarão

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(fcafotodigital/Getty Images (areia), Dercílio (camarão) e Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal amarelo. Olho vivo na aparência.

Na praia tem camarão grande, pequeno, no espeto, na bandeja, empanado, frito, ao alho e óleo, todos com sabor de mar.

Independentemente da receita, esse crustáceo é reduto de sais minerais, entre os quais o zinco e o selênio, associados ao fortalecimento do sistema imunológico. Só que, delicado, ele tende a estragar logo, principalmente sob o calor forte.

Camarões esbranquiçados, com textura pegajosa e cheiro forte deduram sinais de deterioração. “Cuidado ainda com os molhos que costumam acompanhar o prato”, prescreve Campos.

Entre os mais comuns estão o rosé, o tártaro e a maionese, que requerem refrigeração. Não custa reforçar que o quiosque e os utensílios devem estar tinindo de limpos, assim como o cozinheiro. “O asseio, a limpeza das mãos, a qualidade dos ingredientes e da água evitam a contaminação inclusive por vírus que causam diarreia”, diz Zambolim.

Tapioca

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(klebercordeiro/Getty Images (tapioca), fcafotodigital/Getty Images (areia), Estúdio Coral (design)/Veja Saúde)

Veredicto dos experts: Sinal verde! Vale uma refeição.

Receita de matriz indígena, apreciada especialmente nas regiões Norte e Nordeste, a preparação feita a partir da goma de mandioca se popularizou pelos quatro cantos do país e hoje é difícil não encontrar um carrinho ou um quiosque com essa opção nas orlas por aí. “É uma alternativa às frituras, tão comuns em barracas de praia, mas vale ter atenção com os recheios”, recomenda Farrielo.

Se nas receitas tradicionais peixe e queijo-coalho eram corriqueiros, agora há versões com leite condensado, brigadeiro e afins. Assim acabam virando um poço de açúcar… e calorias. Na verdade, a tapioca pode servir como uma bela refeição. Basta selecionar bem o recheio.

Dá para combinar fontes de proteína como frango, peixe e queijo com hortaliças ou montar a sua com frutas picadas e uma colheradinha de mel, por exemplo. É uma forma de manter o equilíbrio — no prato e no corpo. E aproveitar a vida com o pé na areia.

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Fonte.:Saúde Abril

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