Cobogó é solução ‘caseira’ para viver no Brasil que bate recorde de calor?
No ponto mais alto do sítio histórico de Olinda, em Pernambuco, o enorme reservatório de água dos anos 1930 não passa despercebido: tem o tamanho de um prédio de seis andares, fica em frente à principal igreja da cidade e destoa do conjunto arquitetônico ao redor.
Mas o que faria esse prisma retangular de concreto entrar na história da arquitetura brasileira está apenas em dois dos lados de sua fachada.
Em vez de ser uma caixa-d’água comum, com quatro lados “cegos” (sem nenhuma abertura), o prédio projetado pelo arquiteto Luiz Nunes utiliza um elemento construtivo que havia sido criado no Recife alguns anos antes: o cobogó.
A peça, que surgiu na indústria da construção pernambucana, foi inventada por três engenheiros, que juntaram seus sobrenomes na criação: Coimbra, Beckmann e Góes — CoBoGó.
E acabou fazendo parte de estratégias usadas pelos arquitetos modernistas do século 20 para amenizar o calor em épocas em que o ar-condicionado não havia se popularizado ou sequer sido introduzido no Brasil.
É que o cobogó faz uma barreira contra o Sol, ao mesmo tempo que deixa passar alguma luminosidade. Também oferece alguma privacidade para quem está dentro, que consegue ver quem está fora.
E, o mais importante, permite que o vento circule.
“Ele pode criar uma zona de proteção ou de transição num edifício, funcionando como ‘colchão’ de ar”, explica a arquiteta Guilah Naslavsky, especialista em modernismo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Neste vídeo, o repórter Vitor Tavares explica porque, após ficar anos esquecido, o cobogó tem sido visto como uma solução para amenizar o calor extremo.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL


