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31 de dezembro de 2025

Imbuia serve menu de restaurante em um boteco – 31/12/2025 – Restaurantes

Imbuia serve menu de restaurante em um boteco – 31/12/2025 – Restaurantes

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São Paulo


Dois pedaços de frango empanado com osso exposto servidos em prato azul com detalhes brancos. Ao lado, salada com cebola roxa, tomate cereja, folhas verdes e pedaços de laranja. O prato está sobre mesa de madeira.

Coxinha de confit de pato com creme de Catupiry


Dante Gianvito/Divulgação

Crítica | SP

Imbuia Bar


Três estrelas (Bom)

R. Fernão Dias, 672, Pinheiros, região oeste; @imbuia_bar

Se você era fã da coxinha de confit de pato do chef Diego Belda, entrará no Imbuia, inaugurado há pouco mais de dois meses no Largo da Batata, com grandes expectativas. E a boa notícia é que elas vão se cumprir, pelo menos no que diz respeito às receitas.

Num espaço enorme, árvores em meio às mesas, pé-direito alto e porta-guardanapos de padoca, a primeira sensação foi de estranhamento. Os atendentes ainda pareciam perdidos. Um homem em cima de uma escada fazia consertos. E os drinques pedidos assim que chegamos foram feitos meio de improviso – depois descobrimos que o barman ainda não havia chegado. Na cozinha aberta para o salão, avistamos somente um cozinheiro. De boné, muito jovem, com ar despreocupado.

Ficamos na dúvida se valeria ficar. Resistimos e fizemos o primeiro pedido: a tal coxinha (R$ 22), é claro. Ela chegou destoando do contexto. Numa apresentação bem bonita, acompanhada de um untuoso molho de laranja defumada e um discreto e colorido vinagrete de pimenta biquinho. Não decepcionou. Pelo contrário, nos transportou no tempo e agregou novas memórias. Sequinha por fora, macia por dentro, com recheio farto e cheio de sabor, elevou novamente as expectativas. Lamentamos ter pedido somente uma.

Seguimos com a língua (R$ 42). Chegou numa estética bem característica da cozinha de Belda. Ao mesmo tempo bela e rústica, agressiva e delicada. As fatias de carne vêm com um pedaço generoso de focaccia de fermentação natural tostadinha, rúcula e tutano na brasa. A língua estava como deve ser: sem disfarces. Sabor e texturas bem presentes, mas não tão marcados a ponto de enjoar. Um prato forte, ao qual as folhas colaboram com certa picância e um merecido frescor. Pedimos como entrada, mas depois notamos que era um principal. Valeria um ajuste no cardápio, para deixar claro o que é o quê.

Provamos também o pernil de cordeiro assado (R$ 57), que chega regado no próprio caldo, com berinjela marinada em missô e, novamente, focaccia. Desta vez, com tapenade por cima. Feitos em preparos ricos em umami, a berinjela e o caldo davam ainda mais sabor à carne, que desmanchava ao toque do garfo. O pão, tostadinho, entrava com a crocância.

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A mandioca cremosa (R$ 45) é uma boa opção para quem não come carne. Vem com queijo fior di latte, cogumelo portobello e cavolo nero (tipo de couve italiana). Um prato com toques defumados, que ganham reforço com a cebola na brasa. Pedacinhos de castanha fazem um pequeno, mas importante contraste de texturas. Outra alternativa vegetariana é a de beterrabas assadas na brasa (R$ 42) servidas com creme de beterraba com laranja, coalhada de ovelha, acelga e rabanete.

A única sobremesa é uma musse de chocolate (R$ 29). Demorou para chegar, mas valeu a espera. Amarguinha, aerada, leve e cremosa, ela é servida com duas madeleines quentinhas, fofas e macias.

Antes de sair, observamos novamente a cozinha. O jovem de boné seguia preparando as receitas com naturalidade. Agora, com reforço de um colega. Mordemos a língua por não ter colocado fé na enxuta e jovem cozinha que toca os pratos assinados por Belda.

Vá sabendo que o lugar é bastante diferente das outras casas do chef, como as extintas Casa Belfiore e Rothko. O ambiente é simples, a carta de vinhos é enxuta e o atendimento tem muito a ajustar. A dica é: vá pelos pratos. Peça uma cerveja gelada e seja feliz provando uma comida pela qual você pagaria o dobro se estivesse num restaurante a três quadras dali.





Fonte.:Folha de São Paulo

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