8:45 PM
7 de setembro de 2025

A McLaren deveria ter usado ordens de equipe no GP da Itália?

A McLaren deveria ter usado ordens de equipe no GP da Itália?

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A luta pelo campeonato da Fórmula 1 de 2025 é muito diferente das anteriores. Ela é disputada pela dupla da McLaren, Oscar Piastri e Lando Norris. Mas mesmo com a temporada chegando ao fim, a dupla segue brincando de “família feliz”, um cenário diferente das brigas dentro das equipes que vimos em anos passados; como a de Lewis Hamilton e Nico Rosberg na Mercedes, ou Hamilton e Fernando Alonso na McLaren.

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Isso foi visto no domingo, no GP da Itália, quando Piastri obedeceu às ordens de equipe, o que significa que agora ele lidera Norris por 31 pontos, em vez de 37. 

Essa diferença de seis pontos pode ser crucial para a final de Abu Dhabi — pelo que vemos até agora, o campeonato tende a ser decidido em Yas Marina. Será que a McLaren fez bem em interferir em Monza? Nossos redatores dão sua opinião.

A McLaren precisa liberar seus pilotos – Ed Hardy

“Ha, só porque ele teve uma parada lenta” foi como o eventual vencedor Max Verstappen reagiu à troca ridícula da McLaren no final do Grande Prêmio da Itália. Faltavam sete voltas para o final, Norris fez o pit stop para pneus macios, mas problemas com a pistola pneumática da roda dianteira esquerda causaram uma parada lenta – permitindo que Piastri, que havia feito a parada na volta anterior, chegasse em segundo. 

A McLaren obviamente se sentiu obrigada a se envolver, instruindo Piastri a deixar seu rival pelo título passar, mas não era necessário. Onde estavam as ordens de equipe na Hungria quando Norris roubou a vitória do líder do campeonato Piastri por meio de uma estratégia melhor? 

Lando Norris, McLaren

Lando Norris, McLaren

Foto de: Clive Rose / Getty Images

Tudo isso faz parte da corrida e, assim como a Hungria foi um azar para Piastri, o mesmo deveria ter se aplicado a Norris em Monza. Eles estão lutando por um campeonato mundial de F1, pelo amor de Deus! Deixe que os pilotos decidam por si mesmos quem é o melhor, em vez de tentar gerenciar cada pequena manobra como se fossem duas marionetes que fazem parte de um jogo maior.

Erros acontecem, e se alguém começar a tentar corrigir cada erro, isso se torna uma profunda toca de coelho. Seria extremamente cruel com Piastri se isso lhe custasse o primeiro título. 

Mas, ao mesmo tempo, esse é um exemplo de como Piastri e Norris diferem dos vários campeões mundiais no grid? Verstappen, Hamilton e Fernando Alonso. Será que algum desses três teria atendido ao pedido com prazer? Sem a menor chance. E essa mentalidade otimista, somada ao talento geracional, é o motivo pelo qual todos eles têm vários títulos. 

Um piloto precisa dessa casca-grossa para ser considerado um dos maiores, e será que Piastri ou Norris têm isso? Bem, se eles têm, a McLaren está impedindo que eles mostrem isso, e isso fica evidente nessa batalha pelo título, que pode ser sem graça. A execução é ruim em todos os aspectos.

A coisa certa é a coisa chata – Stuart Codling

Seria realmente uma pena se o destino do campeonato mundial fosse determinado não por uma façanha na pista, mas por “problemas com os dedos” ao usar a pistola de rodas. E essa é uma das poucas razões pelas quais me sinto inclinado a concordar que a McLaren fez a coisa certa ao trocar Norris e Piastri no final de Monza.

O povo australiano deve se lembrar de um momento semelhante na corrida de 1998, em Melbourne, quando as McLarens fecharam a primeira fila do grid e Mika Hakkinen tirou o companheiro de equipe David Coulthard da pole position. Tudo parecia normal [McLarens dominando com o finlandês em P1] até que Hakkinen chegou ao pitlane inesperadamente, já tendo feito uma parada.

Mika Hakkinen passes David Coulthard

Mika Hakkinen passa por David Coulthard

Foto de: Motorsport Images

Mika achava que tinha ouvido uma instrução de “box” no rádio, mas não havia sido chamada. Isso deu a Coulthard a posição de pista e ele liderou até os momentos finais da corrida, quando tirou o pé e deixou Hakkinen passar. A equipe insistiu educadamente, mas com firmeza, que ele fizesse isso, para “corrigir” o “erro” – não que o erro tivesse sido dele em primeiro lugar.

Como um premonição do escândalo das ordens de equipe na Áustria em 2002, a cerimônia do pódio foi silenciosa e constrangedora, e houve vaias quando Hakkinen ergueu timidamente o braço de seu companheiro de equipe no pódio. O promotor do GP da Austrália, Ron Walker, apresentou uma reclamação oficial à FIA, enfatizando a importância da reclamação com uma palavra no pé do ouvido de seu amigo Bernie Ecclestone, que segurava a rédea do presidente Mosley.

Eu colocaria Monza 2025 ao lado de Melbourne 1998, em vez de A1-Ring 2002, já que não se trata de uma ordem de chegada cinicamente preestabelecida, mas de uma tentativa de fazer a coisa certa.

Foi fácil para Verstappen rir sobre o cenário no rádio da equipe, mas, como seu engenheiro Gianpiero Lambiase apontou, é responsabilidade da McLaren garantir a justiça na batalha do campeonato. Não é um problema com o qual a Red Bull tenha que lidar sendo uma equipe de um carro só, mas diga isso ao pessoal de Milton Keynes que ficará sem o pagamento do bônus do campeonato de construtores este ano.

Quem está rindo agora?

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Fonte. Motorsport – UOL

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