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4 de setembro de 2025

Advogado, irmãos e comparsas lideravam esquema de R$ 100 milhões em Mato Grosso

Advogado, irmãos e comparsas lideravam esquema de R$ 100 milhões em Mato Grosso

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A organização criminosa que movimentou mais de R$ 100 milhões com o tráfico de drogas, armas e munições em Mato Grosso, tinha uma empresa de sonhos e outros empreendimentos fantasmas para lavar o dinheiro proveniente do crime.

O líder do esquema, o advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida de 33 anos. Apesar de não ter antecedentes criminais, ele coordenava toda a estrutura criminosa — desde o transporte das drogas vindas da fronteira até o armazenamento, a distribuição e a inserção do dinheiro no sistema financeiro por meio de empresas de fachada ou com atividades regulares.

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Douglas não atuava sozinho. Parte de sua família integrava a quadrilha, ocupando papéis estratégicos. Seus irmãos Joabe Eliezer Gonçalves de Almeida, de 29 anos, e Jocelayne Letícia Gonçalves de Almeida, de 30, também foram presos.

Joabe, ligado ao núcleo financeiro, foi detido em casa, onde os policiais encontraram armas e munições, incluindo 190 cartuchos de diversos calibres, entre eles de fuzil 5,56. Jocelayne, por sua vez, tinha a função de receber cargas de entorpecentes em Várzea Grande, conferir os estoques e providenciar a distribuição conforme a determinação do irmão.

Outro integrante do grupo preso é Adailton Xavier França, de 32 anos, motorista de uma van usada para transportar a droga de Cáceres até a região metropolitana de Cuiabá. Ele já havia sido flagrado pela Polícia Rodoviária Federal em 12 de abril de 2024, quando transportava 153,8 kg de cocaína em um veículo Renault Master Eurovan, que simulava ser utilizado para transporte de passageiros.

Esse flagrante foi o ponto de partida para a investigação, que avançou até identificar toda a estrutura criminosa e deflagrar a Operação Conductor. “As outras empresas são, desde empresas farmácias, drogarias, empresas de comercialização, instalação de energia solar, empresas de alimentos… São empresas de fachada. A única empresa que funciona de fato é uma empresa de alimentos destinada à produção de sonhos”, afirmou a delegada Bruna Laet, responsável pela investigação do caso.

“Ele envolvia várias pessoas da sua família e a maioria dessas pessoas possuíam empresas fantasmas em seus nomes”, completou a delegada.

Entre as empresas de fachada utilizadas para lavar o dinheiro do tráfico, estava uma de energia solar, com endereço em Cuiabá. Em 2024, ela movimentou R$ 23 milhões.

As investigações apontaram que a empresa, que foi aberta em 2020, também era utilizada para receber valores de uma facção criminosa presente em Mato Grosso, por meio de reclusos no sistema penitenciário.

Outra empresa era uma farmácia, cujo endereço seria no bairro Dom Aquino, em Cuiabá. Porém, o prédio não existe. Além disso, o capital social da empresa saltou, em 2024, de R$ 5 mil para R$ 800 mil.

“O relatório de análise fiscal apontou que a empresa declarou rendimentos de R$ 548.794,16 em 2023 e R$ 219.994,20 em 2024, mas movimentou mais de R$ 13 milhões em 2024. Ou seja, há uma discrepância entre o declarado e os créditos. É evidente que ela era utilizada para fins de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas”, afirmou a delegada Bruna Laet.

Também havia empresas em funcionamento utilizadas para lavagem de dinheiro, como uma empresa de alimentos, que vendia sonhos, e uma distribuidora de bebidas. Ambas estão em Cuiabá.





Fonte.: MT MAIS

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