Os carregadores portáteis estão entre os itens essenciais para os viajantes, já que permitem carregar o celular e outros dispositivos eletrônicos durante deslocamentos. No entanto, esses acessórios, conhecidos em inglês como power banks, também estão relacionados ao risco de incêndios: as baterias de íon-lítio concentram muita energia em um espaço pequeno e, em caso de falhas, podem superaquecer e causar acidentes.

Por esse motivo, a Organização de Aviação Civil Internacional determina que os carregadores portáteis não devem ser transportados na bagagem despachada, e sim na bagagem de mão. A lógica é que, em caso de superaquecimento, a tripulação não tem como acessar a mala no porão do avião. Por outro lado, se o dispositivo pegar fogo na cabine, é possível agir imediatamente.

Segundo a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), foram registrados 81 incidentes relacionados a baterias de lítio no país ao longo de 2024 – uma média de 1.6 por semana. Desde 2006, quando esses casos começaram a ser registrados, foram 593 no total.

Internacionalmente, um dos casos mais graves aconteceu em uma aeronave da coreana Air Busan em janeiro, quando sete pessoas ficaram feridas. O avião foi quase totalmente destruído por um incêndio, que teria sido causado por um power bank guardado no compartimento superior.

Essas e outras ocorrências voltaram a atenção do setor aéreo para os carregadores portáteis e têm feito as companhias revisarem suas políticas internas sobre os dispositivos.

As aéreas continuam permitindo que o passageiro leve o power bank consigo na cabine do avião – até porque transportá-los no portão seria ainda mais perigoso. Mas algumas decidiram proibir o uso durante o voo, como é o caso da Emirates, que vai implementar a regra a partir de 1º de outubro.

A medida vale tanto para o carregamento de dispositivos pessoais quanto à recarga do próprio power bank nas tomadas da aeronave. Além disso, a companhia recomenda manter o acessório no bolso ou debaixo do assento – e nunca no compartimento superior.

Por enquanto, a Emirates é a única aérea com voos diretos do Brasil que implementou restrições ao uso de power banks no avião. Mas outras aéreas que proibiram o uso durante a viagem são Singapore Airlines, Thai Airways e EVA Air.

Já a Air Busan, South Korean, China Airlines e Cathay Pacific, além de proibirem o uso durante o voo, também pedem que os carregadores portáteis não sejam guardados no compartimento superior.

Vale lembrar que, em boa parte das rotas internacionais, as aeronaves possuem tomadas e entradas USB que podem ser utilizadas pelos passageiros para carregar celulares.

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