O delegado, Marcos Paulo Batista de Oliveira, da Delegacia de Alto Araguaia, da Polícia Civil de Alto Araguaia (415 km de Cuiabá), revelou que a agressão contra uma adolescente dentro de uma escola estadual pode estar ligada a um “salve” de facção criminosa. A vítima, uma adolescente de 15 anos, foi brutalmente agredida com socos, chutes e até golpes com cabo de vassoura, dentro do banheiro da escola.
De acordo com Oliveira, há indícios de que um grupo de estudantes estariam atuando a mando de uma organização criminosa, o que levanta um grave alerta sobre a infiltração do crime organizado no ambiente escolar. “Elas resolveram montar esse grupo e definir algumas atribuições, algumas regras”, afirmou o delegado durante coletiva de imprensa.
Segundo o delegado, quatro menores de idade que aparecem no vídeo agredindo uma garota prestaram depoimento à polícia. Elas confessaram que também participaram de outras agressões contra mais quatro adolescentes, motivadas pelo descumprimento de regras estabelecidas pelo grupo, que se inspira na “bandidolatria”, uma cultura de admiração por criminosos.
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O delegado destacou que o caso está sendo tratado com prioridade e será investigado como tentativa de homicídio, além de possível associação com facções. “Há fortes indícios de que essa violência não foi apenas um caso isolado de bullying, mas sim uma ação coordenada, típica de um salve determinado por facção criminosa”, afirmou.
Segundo ele, a vítima, que foi agredida de forma covarde, teria descumprido uma dessas regras, o que motivou a agressão. Durante o ataque, uma das regras do grupo era que, se a pessoa chorasse, a agressão seria ainda maior. As menores que participaram do ato relataram esses detalhes ao delegado. “Essa aluna que foi agredida teria descumprido algumas dessas regras criadas por esse grupo. Uma das regras conforme o grupo é não pode chorar, a agressão é ainda maior”.
O delegado reforçou ainda que uma das envolvidas na agressão foi conduzida recentemente a delegacia por andar com maiores de idade faccionados, inclusive um deles estava portando entorpecente, comprovando o ambiente de facção criminosa.
Na apuração dos fatos, foram ouvidas cerca de 10 pessoas, entre elas as menores envolvidas, os pais, a diretoria da escola e a vítima. As menores que participaram do ato confessaram as agressões contra a adolescente e também que agrediram outras quatro colegas que descumpriram as regras impostas pelo grupo.
Nos aparelhos celulares das menores foram encontrados vídeos das outras agressões praticadas por elas. Uma das adolescentes identificadas, já havia sido conduzida à delegacia recentemente, ocasião em que estava andando com maiores de idade, faccionados e em posse de entorpecentes.
A Polícia Civil apura a motivação, possível coação de outros alunos e eventual omissão por parte da direção escolar. O caso foi encaminhado ao Ministério Público e ao Juizado da Infância e Juventude.
Por se tratar de procedimento envolvendo menores de idade todas as informações devem ser mantidas em sigilo e as apurações serão encaminhadas ao Ministério Público para andamento das providências relacionadas às menores envolvidas.
Fonte.: MT MAIS