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25 de setembro de 2025

Awasi Iguazú: como é o hotel no meio da mata atlântica – 24/09/2025 – Turismo

Awasi Iguazú: como é o hotel no meio da mata atlântica – 24/09/2025 – Turismo

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Apaixonado pela selva de Misiones, no norte da Argentina, o escritor uruguaio Horacio Quiroga ergueu ali uma choupana no meio do mato e, cercado por onças, jacarés e tartarugas, imaginou fábulas delirantes envolvendo as feras e os mitos locais.

Natural, portanto, encontrar alguns de seus livros nos bangalôs do Awasi Iguazú, hotel incrustado no coração da floresta em Puerto Iguazú. Estamos, assim como o autor um século antes, cercados pelos murmúrios da mata atlântica, próximo das cataratas que marcam a divisa com o Brasil.

São, ao todo, 14 villas, suspensas como se fossem palafitas quase na altura da copa das árvore, todas à base de madeira. No interior, uma cama ampla com vista para as paredes envidraçadas, sala de estar integrada, frigobar bem abastecido, banheiro equipado com uma generosa banheira. Do lado de fora, espreguiçadeiras sobre o deque e uma piscina aquecida. O mato ao redor oferece privacidade completa aos hóspedes.

Tudo tem cara de casa na árvore, mas com todas os requintes de hotel-boutique de luxo.

Além das villas, interligadas por trilhas, há um lodge principal, também envidraçado e suspenso em meio à vegetação, onde há uma discreta recepção, o balcão do bar e as mesas do restaurante no terraço. Tudo é operado no sistema “fully-hosted”, isto é, refeições, bebidas, traslados e passeios estão incluídos na estadia, que começa na faixa dos R$ 6.270 (preço da baixa temporada válidos para uma estadia de, no mínimo, duas noites).

Há todo um cardápio de 20 excursões disponíveis, apresentadas tão logo se faz o check-in, regado a mate de boas-vindas. Cada villa tem um guia designado, e é ele quem conduz os tours.

No topo da lista estão os que levam até o lado argentino das cataratas do Iguaçu, a 20 minutos dali. Parte-se cedo, antes das 8h, rumo à Garganta do Diabo, a mais imponente das 275 quedas d’água, vista de cima.

Depois, é possível fazer o circuito que contorna as cascatas e vê-las em seu conjunto e terminar o trajeto com um passeio de barco, encerrado por um banho em duas das cachoeiras. Também é possível incluir uma passada pelo lado brasileiro, que oferece um panorama diferente.

Para além das cataratas, é possível programar tour de avistamento de aves no Parque Nacional Iguazú, conhecer o refúgio de animais salvos do tráfico, cavalgar por trilhas na mata, visitar uma aldeia guarani ou navegar até o marco da Tríplice Fronteira.

Aficionados por história podem programar o passeio de um dia inteiro até San Ignacio Miní, Loreto e Santa Ana —ruínas de missões jesuíticas do século 17 que ficam a quase quatro horas do hotel e onde foram rodadas as cenas de “A Missão”, com Robert De Niro e Jeremy Irons, nos anos 1980.

Uma boa pedida é escolher o passeio que leva ao arroio Urugua-í, um afluente de águas calmas do rio Paraná, que separa Argentina e Paraguai. É possível tomar um caiaque e remar tranquilamente sob o olhar de carcarás, sem encontrar nenhum vestígio de presença humana.

Terminados os tours, a noite chega entre taças de vinho das regiões de Salta e Mendoza, de volta ao hotel. O cardápio, enxuto e sazonal, pode oferecer frango com uma crosta de sementes ou “ojo de bife con calabazas”, um contrafilé alto com abóboras.

Rede planeja expansão

Criada em 2007, a rede Awasi se especializou em criar lodges de luxo integrados à natureza. Abriu uma primeira propriedade em San Pedro de Atacama, no Chile, com 12 acomodações em formato circular e construídas em adobe, bem ao estilo das construções do deserto. Depois, abriu outra unidade na Patagônia chilena e a de Iguazú, na Argentina.

Suas propriedades são todas pequenas, com pouquíssimos quartos, mirando um público que busca discrição, mas sem se fechar ao entorno. Tanto é que todos os hotéis contam com um guia particular para cada acomodação, que é quem acompanha os hóspedes nas trilhas e passeios disponíveis nos arredores.

Hoje, a Awasi faz parte do selo Relais & Châteaux, que une cinco centenas propriedades de luxo pelo mundo, muitos vezes em prédios históricos e que destoem dos hotéis de grandes cadeias.

Neste ano, a rede anunciou o acréscimo de outras duas propriedades ao seu portfólio, ambas seguindo o formato em que tudo, dos passeios à comida, passando por tratamentos corporais, está incluído no preço da diária. A estratégia tem sido reformar estabelecimentos já existentes.

Uma delas fica em Mendoza, em meio às vinícolas e com vista para os Andes, com passeios voltados sobretudo ao universo de vinhos.

A mais recente fica a poucos minutos de Florianópolis, no que era o antigo Ponta dos Ganchos, agora reformado, com chalés com jacuzzis e decoração que remete à herança açoriana da costa catarinense. Ali, um dos carros-chefe é o aspecto terapêutico. Tanto é que, em novembro, vai inaugurar um spa no local.

“Nosso plano de crescimento segue focado na América do Sul”, diz Alvaro Valeriani, que dirige a parte comercial da rede Awasi. Ele não informa os destinos que estão na mira, mas diz que o foco são lodges que permitam experiências mais personalizadas aos hóspedes.

O jornalista viajou a convite da rede Awasi



Fonte.:Folha de S.Paulo

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