Resenha por Arnaldo Lorençato

Embora o representante gastronômico mais famoso do complexo culinário do Rosewood São Paulo seja o Taraz, casa com cardápio do chef-estrela Felipe Bronze, a sofisticação culinária no hotel encontra-se mesmo é no Blaise. Ao entrar no pequeno salão do restaurante, esqueça o ambiente kitsch com paredes cravejadas de pedras verdes e que “reproduz” uma cabana dos Alpes da Suíça, país onde nasceu Blaise Cendrars (1887-1961), o homenageado poeta brasilianista avant la lettre. Concentre o foco nos pratos, que podem ser solicitados tanto à la carte quanto na forma de uma degustação, executados pelo chef Fernando Bouzan sob a supervisão da chef-executiva Rachel Codreanschi. O menu completo (R$ 690,00) é a melhor maneira de saborear a sequência de iguarias (os preços individuais estão entre parênteses). Vale conter-se diante do couvert com pães de fermentação natural e avançar para o snack preparado com uma fatia alta de kouign amann, um bolo de massa folhada típico da Bretanha, com creme azedo, tartare de carne angus e caviar Polanco importado do Uruguai (R$ 310,00). Depois do abre-alas glorioso, chega o camarão carabineiro assentado sobre creme de milho levemente picante com cubos de guanciale artesanal e acelga bok choi ao discreto aroma de amburana (R$ 180,00) e o crudo de atum ao molho ponzu de uvaia com creme de abacate tostado, crocante de arroz e alga nori (R$ 110,00). O prato principal pode ser o carré de cordeiro, rosado e sumarento, em seu próprio molho, em combinação harmoniosa com a tarte tatin de alho-poró salpicada de pistache com aïoli e um buquê de cogumelo enoki (R$ 185,00). O fecho igualmente supimpa, que deve ser creditado a Saiko Izawa, uma das maiores confeiteiras em atuação na cidade, é o sorbet de jabuticaba com compota, gelatina e pérolas da própria fruta ao creme diplomata (R$ 65,00). Para incluir a harmonização com vinhos, pagam- -se mais R$ 750,00.

Informações checadas em março de 2025.