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16 de novembro de 2025

Blue Origin vira 2ª empresa a recuperar foguete orbital – 16/11/2025 – Mensageiro Sideral

Blue Origin vira 2ª empresa a recuperar foguete orbital – 16/11/2025 – Mensageiro Sideral

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A SpaceX finalmente tem companhia. Com o lançamento da última quinta-feira (13), a empresa Blue Origin se torna a segunda empresa do mundo a realizar um pouso propulsado do primeiro estágio de um foguete orbital –dez anos depois da concorrente.

O lançador New Glenn, com seus respeitáveis 98 metros divididos em dois estágios, em princípio voaria no domingo passado (9), mas más condições meteorológicas sobre Cabo Canaveral (o que é bem comum) e uma tempestade solar (o que é menos comum), acabaram adiando o voo em alguns dias.

Para a carga útil, não era um grande problema: o par de satélites da missão Escapade, da Nasa, de toda forma seria colocado num perfil de voo incomum para uma viagem até Marte, com duração de dois anos. O típico é lançar ao planeta vermelho durante janelas que ocorrem a cada 26 meses, para aproveitar a trajetória de menor energia daqui até lá. Mas o New Glenn não ficou pronto a tempo, no ano passado, o que exigiu a alteração. Para a agência espacial americana, ainda era negócio: a missão de baixo custo (US$ 80 milhões) obteve a carona para Marte por um preço promocional (US$ 20 milhões), uma vez que o foguete ainda não está totalmente certificado –foi apenas seu segundo voo.

No primeiro voo, em janeiro deste ano, a Blue Origin bem que tentou capturar seu primeiro estágio em uma balsa no Atlântico, mas a tentativa fracassou –desfecho totalmente esperado. Afinal, a única outra empresa a realizar a proeza, a SpaceX com seu Falcon 9, precisou de vários voos, entre 2013 e 2015, alguns deles apenas manobras de ensaio sobre o mar, antes de atingir o sucesso.

A essa altura, uma década depois, o procedimento se tornou rotineiro para a companhia de Elon Musk –já foram mais de 530 pousos bem-sucedidos. Mas segue sendo uma meta a ser perseguida pelo resto da indústria, que precisa dominar a tecnologia para competir em preço com a SpaceX. A Blue Origin agora entra nessa briga, com um pouso já na segunda tentativa.

O resultado se alinha com a filosofia da empresa espacial de Jeff Bezos, que trabalha com veículos produzidos de forma mais artesanal e a custos elevados –nesse contexto, falhar pouco é fundamental. Já a empresa de Musk prioriza a fabricação em massa e a redução dos custos de produção, viabilizando mais testes em voo com perda de hardware para aprimorar a confiabilidade.

A boa notícia é que agora há uma real competição. Capaz de recuperar seu primeiro estágio, a Blue Origin precisará agora demonstrar que é capaz de colocá-lo novamente para voar –em tempo e a um custo suficiente para manter a competitividade. Afinal, a Amazon, outra empresa de Bezos, está contando com isso para poder colocar sua própria megaconstelação de satélites em órbita para o Projeto Kuiper, futuro concorrente direto do Starlink de Musk.

A despeito das diferenças filosóficas, as duas companhias fazem parte do movimento NewSpace, que cresceu nas últimas décadas quebrando os velhos paradigmas que deixaram acomodadas as tradicionais empresas aeroespaciais, como a ULA, nos EUA, a Arianespace, na Europa, e a Energia, na Rússia. A partir de agora, quem não se mexer, vai ficar para trás. O futuro veio para ficar.

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Fonte.:Folha de S.Paulo

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