O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lança nesta segunda-feira (1º) edital de apoio a fundos de investimento climáticos com os quais espera mobilizar até R$ 18 bilhões para apoiar projetos de descarbonização e reflorestamento, entre outros.

Os fundos representam mais um passo na nova estratégia do BNDESPar, braço de participações do banco, que ficou quase dez anos sem investir em renda variável. Em julho, a subsidiária voltou ao mercado com aporte em uma empresa de bioinsumos e na empresa de carros voadores da Embraer.

O edital lançado nesta segunda prevê apoio a dois tipos de fundos: de participações em empresas, com aporte pelo banco de até R$ 4 bilhões, e de crédito, com aporte de até R$ 1 bilhão.

Nos fundos de participação em empresas, o foco será dividido entre projetos de transição ecológica, como descarbonização industrial e agricultura verde, e soluções baseadas na natureza, como reflorestamento e manejo florestal.

Nos fundos de crédito, as duas modalidades poderão ser contempladas. A participação da BNDESPAR será limitada a 25% do capital nos fundos de equity e a 50% nos de crédito. Os aportes de terceiros vão variar de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão por fundo, dependendo da categoria.

O espera mobilizar até R$ 13 bilhões em recursos privados para complementar seus aportes nos fundos. O resultado do edital será divulgado em janeiro de 2026.

“Essa é a maior chamada pública voltada a fundos da história do BNDES e tem o potencial de transformar a carteira de fundos da instituição”, afirmou em nota o presidente do banco, Aloizio Mercadante. “Com foco em mitigação climática, reforça o compromisso histórico do Banco e do governo do presidente Lula com a sustentabilidade ambiental.”

O objetivo, diz, é posicionar o banco como investidor-âncora, “induzindo a participação de investidores privados em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável, para a agenda climática e para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, além de contribuir com o desenvolvimento do mercado de capitais no país.”

Atualmente, o banco tem R$ 8,4 bilhões comprometidos em fundos de participação e crédito, que, somados a recursos de outros investidores, chegam a R$ 36 bilhões. A estratégia, segundo a instituição, amplia o acesso a capital de longo prazo, melhora a gestão das empresas e multiplica o impacto dos investimentos.