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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, comentou a decisão da corte após o voto da ministra Cármen Lúcia, que formou maioria para condenar os réus nesta quinta-feira (11/9).
Flávio criticou o voto da ministra por não individualizar as condutas dos réus. “Pessoas que não se conhecem e nunca se falaram passaram a integrar uma organização criminosa. Discurso virou prova de premeditação. Narrativas viraram fundamento jurídico.”
Ele também atacou o ministro e relator do caso Alexandre de Moraes.
“A pretexto de defender a democracia, os pilares da democracia foram quebrados para condenar um inocente que ousou não se curvar a um ditador chamado Alexandre de Moraes”, publicou no X.
“Chamam de julgamento um processo que todos já sabiam o resultado antes mesmo de ele começar. Não pelo que viria a ser produzido nos autos, mas por quem iria julgar. A isso chamam de defesa da democracia. Não, isso é defesa da supremacia.”
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também filho do ex-presidente, voltou a defender uma anistia ao pai e outros condenados em processos relacionados. “Nada diferente de anistia ampla, geral e irrestrita deverá ser analisada ou surtirá qualquer efeito de pacificação”, disse.
“Se me decretar para a eternidade o exílio fosse a solução do problema, eu até toparia. No entanto, anistia light ou redução de pena apenas para quem esteve na Praça dos Três Poderes não irá resolver. A perseguição de Alexandre de Moraes continuará”, disse o deputado.
Ele afirmou que a medida permitiria “virar a página” e pacificar o Brasil.
Eduardo, que se mudou para os Estados Unidos no início deste ano para buscar apoio do presidente Donald Trump para interromper processos criminais contra seu pai, afirmou à agência Reuters que espera mais sanções do governo americano após a condenação.
O parlamentar alertou que todos os ministros do STF que votaram pela condenação do ex-presidente podem enfrentar sanções sob a Lei Magnitsky, que já foi aplicada pelo governo de Donald Trump contra Moraes.
Além dele, os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram pela condenação do ex-presidente. Luiz Fux foi o único dissidente.

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O ativista bolsonarista Paulo Figueiredo afirmou que a condenação do ex-presidente nesta quinta foi “apenas a consumação” de uma perseguição.
“Eu só não quero ver ninguém choramingando depois ‘Buá buá, tarifas, culpa do Eduardo Bolsonaro e do Paulo Figueiredo’… vão choramingar lá em frente ao STF. Ou melhor, não pode mais nem fazer isso que mandam tirar vocês de lá. Então, chorem na cama que é lugar quente”, publicou no X.
Ele, que também está nos Estados Unidos desde fevereiro e tem atuado no lobby por sanções ao país com Eduardo, ameaçou trabalhar por novas sanções e disse, à rádio CBN, que está repassando ao governo dos Estados Unidos, em tempo real, os principais momentos do julgamento.
A senadora e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) chamou o julgamento de “narrativa vingativa” e a decisão dos ministros, de “vergonha”.
“Não fizeram qualquer questão de esconder a imparcialidade”, afirmou. “Mas isso não vai parar a direita, pelo contrário. Estaremos cada vez mais fortes para trabalhar pela anistia de todos os presos políticos de nossa Nação. Vamos avançar pelo desenvolvimento do nosso país e contra o atraso”, afirma.
Ela chamou o voto de Luiz Fux, pela absolvição de Bolsonaro, de uma “aula de Direito Constitucional e respeito aos direitos humanos”.
O advogado e ex-deputado Federal major Vítor Hugo (PL-GO) disse que este é “um dos dias mais tristes de nossa História recente”.
“Jair Bolsonaro, o maior líder da direita do País, condenado por uma narrativa frágil, desmontada ponto a ponto pelo Ministro Luiz Fux. A História julgará todos os atores desse episódio nefasto.”
O senador Marcos Rogério (PL-GO) disse que a condenação surpreende “zero pessoas”. “Resultado previsível antes mesmo do processo começar. STF virou teatro e Moraes e companhia usam a caneta para se vingar”, afirmou.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL