10:42 AM
25 de dezembro de 2025

Bolsonaro passa hoje por cirurgia de hérnia inguinal

Bolsonaro passa hoje por cirurgia de hérnia inguinal

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O ex-presidente Jair Bolsonaro passa nesta quinta-feira (25) por uma cirurgia eletiva para correção de uma hérnia inguinal bilateral. Ele está internado desde a quarta-feira (24), após avaliação médica que indicou a necessidade do procedimento para evitar a progressão do quadro. A cirurgia foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois de um laudo da Polícia Federal apontar que a intervenção era recomendada, embora não se trate de uma situação de urgência ou emergência médica.

A hérnia inguinal ocorre quando tecidos do interior do abdômen, geralmente uma alça do intestino, escapam por um ponto enfraquecido da parede abdominal, formando um abaulamento na região da virilha. Quando o problema aparece nos dois lados, recebe o nome de hérnia inguinal bilateral. Os sintomas podem incluir inchaço, dor ou desconforto, especialmente ao fazer esforço físico, tossir ou permanecer muito tempo em pé. Em alguns casos, no entanto, a condição pode ser assintomática.

Segundo especialistas, a hérnia é consequência de uma fragilidade na parede abdominal, que pode ser congênita ou surgir ao longo da vida, especialmente após cirurgias abdominais. O cirurgião do aparelho digestivo Pedro Bertevello, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a parede abdominal é formada por camadas — pele, gordura, músculos e uma estrutura resistente chamada aponeurose, responsável por conter os órgãos internos. Atrás dela está o peritônio, membrana que permite o movimento natural do intestino durante atividades cotidianas.

O problema se desenvolve quando essas camadas são enfraquecidas ou rompidas, seja por procedimentos cirúrgicos prévios, seja por traumas. A cicatrização pode gerar aderências internas, fazendo com que alças intestinais se fixem à parede abdominal. Com o tempo, essa fragilidade cria aberturas por onde o intestino pode se projetar. Em situações mais graves, a alça pode ficar presa fora da cavidade abdominal, condição conhecida como encarceramento. Na hérnia inguinal, essa projeção ocorre na virilha e pode, em casos avançados, descer em direção ao escroto.

O histórico de cirurgias abdominais é um fator relevante, já que múltiplas intervenções tornam a região mais rígida e irregular, dificultando a acomodação dos órgãos e aumentando o risco de hérnias. Alterações no trânsito intestinal também podem impactar outras áreas do sistema digestivo, que funciona como um tubo contínuo da boca ao ânus.

A correção da hérnia pode ser feita por videolaparoscopia ou por cirurgia aberta, dependendo do histórico e da complexidade do caso. Na videolaparoscopia, o cirurgião utiliza uma câmera para acessar o abdômen, liberar aderências, reposicionar o intestino e reforçar a aponeurose com uma tela de malha. Já a cirurgia aberta é mais comum em pacientes com cirurgias prévias múltiplas e permite a liberação manual das alças intestinais e o reforço da musculatura, com ou sem uso de tela. Segundo os médicos, trata-se de um procedimento considerado relativamente simples, com alta geralmente no dia seguinte e recomendação de repouso relativo por cerca de uma semana, além de evitar esforço físico por aproximadamente 30 dias.

Os peritos também analisaram episódios de soluços persistentes relatados por Bolsonaro. De acordo com os médicos, não há relação direta entre a hérnia inguinal e os soluços. O quadro pode estar associado a refluxo gastroesofágico ou à presença de hérnia de hiato, uma condição distinta, em que parte do estômago se desloca para o tórax e pode irritar o diafragma.

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Fonte. Noticias ao minuto

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