O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) confirmou que o governo de Mato Grosso estuda a possibilidade de implementar o Bonde Urbano Digital (BUD) junto ao BRT (Bus Rapid Transit) de forma simultânea em Cuiabá e Várzea Grande. Em entrevista concedida na última sexta-feira (17), à imprensa, ele reafirmou que o sistema de transporte rápido será entregue até abril de 2026, dentro do cronograma da atual gestão.

Pivetta visitou na última terça-feira (14) a cidade de Curitiba (PR) para conhecer de perto o BUD, primeiro sistema do tipo em funcionamento na América do Sul, que deve operar no trajeto entre Pinhais e Piraquara. O vice-governador explicou que a visita foi feita a pedido do governador Mauro Mendes (União Brasil), com o objetivo de avaliar novas soluções tecnológicas de mobilidade. “O que está definido é o BRT. Mas, se ficar demonstrado que esse modal [BUD] tem viabilidade técnica e econômica, ele pode ser adotado junto, porque utiliza a mesma faixa. Tudo que estamos fazendo segue dentro do planejamento, inclusive com espaço para evoluir o projeto e adotar novas tecnologias”, afirmou Pivetta.

Ele destacou que a prioridade do governo é entregar o sistema funcionando, encerrando uma novela que se arrasta desde a paralisação do antigo projeto do VLT. “Não existe possibilidade de não concluir essa obra. O povo cuiabano e várzea-grandense já sofreu muito com isso desde 2010. Temos prazo e compromisso. Essas obras serão terminadas até março ou abril do ano que vem”, garantiu o vice-governador.

Entre no nosso grupo do WhatsApp e siga-nos também no Instagram e acompanhe nossas atualizações em tempo real.

Pivetta também revelou que o governo já iniciou a cotação dos veículos que serão utilizados no sistema e que a alternativa do bonde digital está sendo analisada com base em critérios de custo, eficiência e sustentabilidade. “Os veículos do BRT já estão sendo cotados. E surgiu essa possibilidade do BUD, que pode ser viável. Estamos estudando com cuidado e conversando com os fabricantes e técnicos que implantaram o sistema em Curitiba”, disse.

O governador Mauro Mendes reforçou que o Estado está aberto a inovações, mas sem comprometer o cronograma das obras em andamento. “Estamos sempre em busca do que for melhor para a população. Se houver uma solução mais moderna e eficiente, vamos avaliar com responsabilidade. O importante é garantir que Cuiabá e Várzea Grande tenham um transporte público de qualidade, funcionando e entregue dentro do prazo”, afirmou Mendes.

Enquanto os estudos sobre o BUD prosseguem, as obras do BRT seguem em ritmo acelerado. O edital mais recente, de R$ 68,8 milhões, prevê a construção de 41 estações ao longo do trajeto entre as duas cidades.

O prefeito de Cuiabá e pré-candidato ao governo, Abilio Junior (PL), também comentou a visita de Pivetta a Curitiba e defendeu que o projeto de mobilidade seja pensado de forma integrada e transparente.  “O que a população quer é solução, não mais promessas. Se o bonde digital for uma alternativa real e mais moderna, deve ser analisado com seriedade. Mas é fundamental que haja transparência, planejamento e integração com o sistema urbano de Cuiabá”, afirmou Abilio.

O que é o Bonde Urbano Digital

O BUD combina características do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e do BRT, mas sem trilhos físicos. O deslocamento é guiado por indução magnética e sensores instalados no asfalto, criando um “trilho virtual”.

Fabricado pela empresa chinesa CRRC Nanjing Puzhen, o veículo elétrico possui 30 metros de comprimento, capacidade para 280 passageiros, ar-condicionado, operação bidirecional e pode atingir até 70 km/h. Utiliza baterias de íons de lítio com autonomia de 40 km e recarga completa em apenas 12 minutos. O sistema conta ainda com radares, câmeras, sensores de segurança e está preparado para operar futuramente com hidrogênio.

Em Curitiba, o projeto inicial prevê uma linha de cerca de 10 quilômetros, com investimento aproximado de R$ 6 milhões, e operação prevista para novembro deste ano.