Um cantinho da galeria comercial que serpenteia o térreo do Edifício Copan é ocupado pelo minúsculo Brisa do Barú. Este novo endereço de pescados que decalca receitas de países latino-americanos é mais um projeto do chef colombiano Dagoberto Torres, que há sete anos faz sucesso com o caprichado Barú Marisquería, nos Jardins. Não há mesas por lá. São apenas catorze lugares em torno de um balcão, que coloca a clientela de frente para a cozinha em contato direto com a equipe que elabora cada prato, do pedido à finalização. Tudo é feito em pequenas porções, mas quase sempre partilháveis, o que permite experimentar um maior número de pratos quando se está em duas pessoas. Entre os petiscos, o chora patacón (R$ 38,00) é um chicharrón, delicado torresmo de pele de frango, coberto por lâminas de atum marinado em molhos shoyu, de peixe nam pla e de pimenta gochujang sobre uma camada de creme azedo de wassabi. El tico (R$ 54,00) dá nome ao ceviche de mexilhão com vieira fatiada em leite de tigre com toque de pasta de amendoim e pimentão assado, coberto por cebola frita. O amendoim dá o tom ainda ao molho que banha a dupla de ostras vindas de Santa Catarina na chapa (R$ 42,00). Intitulado carmen (R$ 45,00), o rico guisado de molusco branco sarnambi trazido do litoral do Rio Grande do Sul leva banana-da-terra e coalhada. Empanada, frita e crocante para evidenciar um delicioso contraste com a guarnição, a lula (R$ 52,00) vem com maionese de batata, batizada de batatonese. De tudo que provei em minha visita, o menos atraente foi o tandoori pescado embrulhado na folha de bananeira e feito na chapa com massala e iogurte (R$ 77,00) — faltou intensidade de sabor. Uma única sobremesa fecha a refeição, mas não é o três leches da casa-mãe. Aqui, há um merengue bicolor, moreno e branco, com curd, creme batido, pêssego em calda na cachaça e azeite de manjericão (R$ 32,00).
Informações checadas em outubro de 2025.
Fonte.: Veja SP Abril