A bronquiectasia é uma doença respiratória crônica que afeta o bom funcionamento dos brônquios e bronquíolos, os tubos que se ramificam e levam ar até os pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas fundamentais para nosso organismo funcionar.
Quando uma pessoa tem esse problema, torna-se mais difícil eliminar o muco que se acumula nos pulmões, algo que aumenta a propensão a infecções respiratórias. Pessoas com essa condição tendem a conviver com uma tosse com catarro que não parece ter fim.
Embora não tenha cura, a bronquiectasia pode ser tratada de modo a aliviar seus impactos sobre o dia a dia. Conheça mais sobre a condição.
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O que é e quando ocorre
A bronquiectasia costuma ser definida como uma dilatação anormal e permanente dos brônquios e bronquíolos. Na prática, esse dano faz com que quantidades excessivas de muco (produzido naturalmente pelo corpo como uma forma de defesa diante de agentes externos) se acumulem nessas vias aéreas, facilitando a proliferação de bactérias.
Sabe-se que o aparecimento da bronquiectasia tem forte relação com quadros como fibrose cística, infecções e outras inflamações respiratórias prévias, que agridem essas estruturas do sistema respiratório e as tornam mais vulneráveis a novos episódios.
No entanto, em muitos casos não há uma explicação clara para uma pessoa desenvolver a bronquiectasia e outra não, mesmo que ambas tenham passado por problemas de saúde similares anteriormente.
Sintomas e diagnóstico
A bronquiectasia é caracterizada pelo acúmulo excessivo de muco nas vias respiratórias, o que gera sintomas característicos como:
- Tosse produtiva (com secreção);
- Expulsão frequente de muco, geralmente malcheiroso, ao tossir e escarrar;
- Dificuldade de respirar;
- Infecções respiratórias recorrentes, com a sensação de estar gripado ou resfriado com frequência.
Devido à correlação com as infecções, momentos de exacerbação da bronquiectasia também vêm acompanhados de sintomas como febre, mal-estar e cansaço.
À primeira vista, a bronquiectasia pode ser confundida com um quadro de bronquite, que produz sintomas similares. Mas, enquanto a bronquite é um quadro temporário e passageiro, a bronquiectasia está relacionada a danos permanentes.
O diagnóstico deve levar em conta o histórico do paciente, sobretudo a frequência de infecções respiratórias, e a realização de exames de imagem dos pulmões para confirmar ou descartar as suspeitas.
Tratamento
Infelizmente, não há uma cura definitiva para a bronquiectasia, pois as alterações nos brônquios e bronquíolos são irreversíveis. A principal maneira de manejar a condição para conviver melhor com ela passa pela remoção do muco excessivo, com ajuda de medicamentos, exercícios específicos e dispositivos respiratórios, conforme avaliação médica.
É comum que pacientes sejam orientados a seguir tratamento com remédios de uso contínuo, empregados para a redução do muco, e a prática de fisioterapia com exercícios respiratórios, que podem contribuir para minimizar o acúmulo de fluidos.
Quando há infecções concomitantes, elas são tratadas com antibióticos. Essa abordagem, embora necessária, serve somente para eliminar os patógenos que se aproveitam da situação, mas não resolve a causa de fundo da bronquiectasia.
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Fonte.:Saúde Abril