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31 de julho de 2025

Bruno e Dom: Justiça torna réu suposto mandante das mortes – 22/07/2025 – Cotidiano

Bruno e Dom: Justiça torna réu suposto mandante das mortes – 22/07/2025 – Cotidiano

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A Justiça Federal aceitou nesta segunda-feira (21) a denúncia do Ministério Público Federal e tornou réu Rubens Dario Villar, o Colômbia, acusado de ser o mandante dos assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Os dois foram mortos nas proximidades da Terra Indígena do Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas, em junho de 2022. A denúncia do Ministério Público Federal foi entregue à Justiça no último dia 5 de junho, quando o crime completou três anos.

Segundo a denúncia, aceita pela subseção judiciária federal de Tabatinga (AM), Colômbia comandou as ações dos pescadores Amarildo da Costa Oliveira, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa Oliveira, réus no processo e apontados como executores do crime.

Apresentada pelo procurador da República Diego Rodrigues Leal, com auxílio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri, a denúncia aponta que o crime foi cometido por motivo torpe, mediante emboscada e com recurso que dificultou as defesas das vítimas.

“Há indícios de que o crime foi praticado em razão das atividades fiscalizatórias realizadas por Bruno, de encontro aos anseios comerciais do grupo de invasores da Terra Indígena Vale do Javari, supostamente liderada e financiada por Rubens Villar Coelho, o Colômbia”, diz trecho da decisão da juíza federal Cristina Lazzari Souza.

Bruno e Dom foram mortos a tiros, esquartejados e queimados. Os corpos foram ocultados, assim como o barco que eles ocupavam. Os restos mortais foram localizados pela Polícia Federal, com a ajuda de indígenas do Vale do Javari.

Servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), Bruno Pereira trabalhava desde 2019 para a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari). O jornalista teria sido morto para não revelar o crime contra o indigenista.

As investigações mostram que Colômbia liderava uma organização criminosa que atuava de forma estruturada e hierarquizada, com o objetivo de obter lucro por meio da pesca e da caça na Terra Indígena Vale do Javari.

De acordo com a promotoria, ele fornecia embarcações, armas e combustível para as atividades ilegais. Também é acusado de garantir a compra dos produtos, depois revendidos em territórios peruano e colombiano.

Depoimentos que apontam Colômbia como financiador do grupo de pescadores e registros telefônicos são alguns dos indícios apontados pela investigação.

“Existem elementos indiciários ligando as condutas de Colômbia ao homicídio das vítimas, como o possível fornecimento de munição para a consumação do crime, os contatos telefônicos constantes com os executores às vésperas da execução e a existência de possíveis prejuízos econômicos decorrentes da fiscalização do indigenista, acompanhado do jornalista inglês, nas terras indígenas no Vale do Javari, que vinham sendo invadidas pelo grupo de pescadores armados”, diz trecho do despacho judicial.

A defesa de Colômbia declarou ao G1 ter recebido com tranquilidade a denúncia e afirmou que não há indícios que liguem o acusado ao crime. Para os advogados, o caso será esclarecido durante o processo e o homem deve ser absolvido.

O acusado de ser o mandante dos assassinatos está preso preventivamente.

Na sexta-feira (18), o Ministério Público Federal pediu que o julgamento dos acusados de matar a dupla seja transferido para Manaus. Os réus serão submetidos a júri popular.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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